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A facilidade que pode virar pesadelo: como usar a IA com segurança?

Vazamento de dados e acesso a informações sensíveis são riscos reais no uso de IA; saiba como prevenir.

às 14h32
Ricardo Torres- Gerente de Segurança da Informação da Universidade Tiradentes
Ricardo Torres- Gerente de Segurança da Informação da Universidade Tiradentes
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O uso de aplicativos de inteligência artificial (IA) tem crescido exponencialmente, trazendo inovações e facilidades para diversas áreas. No entanto, por trás da facilidade e da praticidade, se escondem riscos que podem comprometer a segurança de dados pessoais e corporativos. O vazamento de informações sensíveis, a exposição a ataques cibernéticos e a violação da privacidade são apenas alguns dos perigos associados ao uso indiscriminado de aplicativos de IA.

Assim, é fundamental saber como escolher e usar esses aplicativos de maneira segura, minimizando possíveis brechas. Segundo o gerente de segurança da informação da Universidade Tiradentes (Unit), Ricardo Torres, essa responsabilidade não se limita à escolha do aplicativo, mas também às práticas adotadas ao utilizá-lo. 

“Existem diversas modalidades de contratação destes aplicativos, desde as versões gratuitas até às corporativas. O de contratação corporativa tende a minimizar os riscos de vazamento de dados, mas os modelos gratuitos ou compartilhados não garantem a segurança necessária para o tratamento de dados categorizados como restritos ou sigilosos”, explica.

A escolha de um aplicativo de IA não deve ser feita de forma leviana. Ricardo afirma que é fundamental analisar o modelo de contratação e exigir a inclusão de cláusulas que garantam o tratamento adequado dos dados. “A quantidade de aplicativos é muito grande e surgem novos a cada momento. Seria impossível definir algo neste sentido. Mas o que vai garantir esta confiabilidade será a modalidade de contratação escolhida”, afirma o especialista.

Protegendo seus dados

Na hora de escolher um aplicativo de IA, não basta verificar sua popularidade ou funcionalidade. Segundo Torres, é essencial que haja uma análise criteriosa do modelo de contratação, além da inclusão de cláusulas que garantam o tratamento adequado dos dados inseridos no aplicativo. “As boas práticas são as mesmas aplicadas aos demais aplicativos. Nunca se deve atribuir informações sigilosas, ou ainda estratégicas sem que se tenha uma noção exata de como estes dados serão tratados ou como e onde serão armazenados”, orienta Torres.

O mercado está em constante mudança, tornando difícil apontar aplicativos específicos como seguros ou inseguros. “A quantidade de aplicativos é muito grande e surgem novos a cada momento. Seria impossível definir algo neste sentido. Ou seja, mais importante do que listar aplicativos recomendados, é adotar uma postura preventiva ao lidar com a IA”, reforça.

Além disso, é importante estar atento às políticas de privacidade e aos termos de uso dos aplicativos, que devem ser revisados regularmente. “As políticas refletem o comportamento desejado dos colaboradores para cada um dos temas nela tratados. O ambiente tecnológico é ‘vivo’ e está sujeito a alterações frequentes. Por isso, as políticas precisam ser atualizadas para se adaptar a novos cenários”, enfatiza Torres.

Educação e conscientização dos usuários

Para garantir o uso responsável da IA, tanto colaboradores quanto clientes precisam estar educados sobre as boas práticas de segurança. “As empresas devem orientar sobre o uso seguro da IA, da mesma forma como fazem com outros aplicativos. É crucial educar os colaboradores a não incluir dados confidenciais em qualquer plataforma sem antes entender exatamente como eles serão geridos”, orienta.

Essa conscientização pode ser aplicada através de treinamentos, workshops e materiais informativos, que explicam a importância de não compartilhar informações sensíveis de maneira leviana. Além disso, é recomendável implementar revisões periódicas sobre a segurança dos aplicativos e os protocolos internos de uso.

Sinais de alerta 

Muitas vezes, é difícil identificar um aplicativo como inseguro apenas pela análise de informações fornecidas em seu site ou na própria plataforma. “Dificilmente teremos essa informação apenas com base nos dados do site ou do aplicativo. A melhor prática é ter prudência e não incluir dados que tenham algum risco de publicidade inadequada”, recomenda.

Essa prudência envolve evitar a exposição de informações confidenciais em aplicativos cuja segurança não seja plenamente verificada. A ausência de garantias sobre como e onde os dados são armazenados, ou a falta de transparência nos termos de uso, pode ser um sinal de alerta para que o usuário opte por alternativas mais seguras.

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