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Aluna de Medicina da Unit apresenta trabalho em congresso nos Estados Unidos

Maria Eduarda Dantas falou sobre a eficácia e segurança de um sistema de pâncreas artificial usado por pacientes com diabetes tipo 1; evento é considerado o maior do ramo no mundo

às 16h43
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Um intercâmbio que abriu muitas portas e permitiu a colheita de outros frutos. Assim vem sendo a experiência da estudante Maria Eduarda Pereira Dantas, do 9º período de Medicina da Universidade Tiradentes (Unit), que ganhou outra chance de voltar aos Estados Unidos. Meses depois de participar do programa Clinical Experience Abroad: Clerkship for Medical Students, pelo qual fez um internato de 30 dias no Cambridge Health Alliance (CHA), em Boston (Massachusetts), ela foi convidada para apresentar um trabalho no 84º Congresso Americano de Diabetes, em Orlando (Flórida). 

O trabalho de Eduarda foi um estudo sobre a segurança e eficácia de um sistema de pâncreas artificial, o Android APS, muito utilizado por pacientes com diabetes tipo 1, no qual o pâncreas produz pouca ou nenhuma insulina. Esse estudo foi orientado pelas professoras-doutoras Tássia Virgínia Oliveira, tutora PBL do curso de Medicina da Unit, e Melanie Rodacki, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que faz uma pesquisa sobre sistemas artificiais. 

A oportunidade surgiu através do perfil que a própria estudante mantém no Instagram, no qual ela faz vídeos de informação e esclarecimento sobre a diabetes, os tratamentos disponíveis e a convivência com a doença. “Como eu já faço um trabalho de educação em diabetes nas redes sociais, a doutora Melanie foi pesquisar sobre esse sistema de pâncreas artificial, caiu de paraquedas no meu Instagram e ela me convidou para fazer parte desse projeto. Ela viu que eu usava [o sistema], que eu fazia parte da comunidade e que eu ensinava sobre esse sistema”, conta a aluna. A página conta atualmente com mais de 130 mil seguidores. 

Ela explica que o pâncreas artificial é um sistema que une a infusão de insulina (através de uma bomba de insulina) com as glicemias recebidas de um sensor de glicose. A partir de um sensor que mede o nível de glicose presente no sangue, a bomba controla o quanto de insulina que será injetada no corpo do usuário, de forma contínua. O sistema estudado pela equipe de Eduarda não é comercializado e foi desenvolvido por uma comunidade de pessoas que têm diabetes tipo 1 ou são parentes de pacientes, que decidiram criar uma alternativa mais barata e mais acessível. 

“A principal conclusão deste trabalho é que o Android APS é um sistema que tem um custo muito menor do que os outros que são comercializados. Ele traz uma menor hemoglobina glicada e mais tempo dentro do alvo, ou seja, mais glicemias estáveis para as pessoas que têm diabetes, só que com um custo muito menor. E no Brasil, o custo é um ponto muito importante, já que várias pessoas não conseguem ter acesso à tecnologia por conta do custo. A gente conseguiu mostrar que ele é um sistema seguro e que pode levar a tecnologia principalmente em países que têm pessoas mais pobres como o Brasil”, afirma Eduarda, sobre a repercussão positiva do trabalho. 

A “Disneylândia da diabetes”

O Congresso Americano de Diabetes é promovido anualmente pela American Diabetes Association (ADA) e considerado o maior do segmento em todo o mundo, pois reúne os principais especialistas e pesquisadores que atuam nos estudos sobre a diabetes. Nele, são apresentadas pesquisas e estratégias sobre o comportamento da doença, técnicas de tratamento, estratégias de acompanhamento e até mesmo possibilidades de uma futura cura. 

A própria Eduarda define o congresso da ADA com uma curiosa referência ao famoso parque temático da Disney que fica justamente em Orlando, a cidade que sediou o evento. “Realmente, eu me senti na ‘Disneylândia do Diabetes’. Todas as tecnologias, todas as mudanças de diretrizes, tudo sobre diabetes chega lá primeiro. Eu consegui presenciar também um momento que vai ser histórico na linha do tempo do diabetes tipo 1, que é começar a pensar em prevenção e em testar as pessoas antes de desenvolver o diagnóstico”, afirma. 

A experiência permitiu à estudante aprofundar mais a experiência que adquiriu durante o internato em Boston, onde visitou o Joslin Diabetes Center, afiliado da Harvard Medical School (Escola Médica de Harvard) e referência internacional em pesquisa, clínica e educação em diabetes. E lhe deu a ideia trabalhar ainda mais neste estudo sobre o pâncreas artificial, em um futuro Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). “Foi algo que marcou muito a minha carreira, sem dúvida alguma. Levar um trabalho para um congresso internacional, para o maior congresso de diabetes do mundo, é um feito muito grande e me sinto muito honrada de poder ter participado de tudo isso”, comemora.

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