Uma universidade deve estar sempre pronta e preparada para acompanhar e até mesmo se antecipar às tendências e desafios do mundo moderno, principalmente às que devem se confirmar no futuro. E uma das formas de se manter nesse ritmo de acompanhamento é adaptar-se prontamente às demandas e comportamentos das sociedades. Esta adaptação é o que acontece, por exemplo, na aplicação das metodologias de ensino e aprendizagem empregadas nos cursos de graduação da Universidade Tiradentes (Unit). Desde o final de 2024, os cursos baseados na metodologia ABP (Aprendizagem Baseada em Projetos) vêm passando por um processo de reconfiguração do seu modelo, de modo a atender às demandas de alunos e professores.
A remodelagem do desenho curricular foi adotada primeiramente no curso de Direito, onde ela entrou em vigor no primeiro semestre deste ano (2025-1). Já nos próximos semestres, até o início de 2026, ela será aplicada nos cursos de Psicologia e Enfermagem, que já começaram a passar pela mesma adaptação. A previsão é de que esse processo aconteça gradualmente, por etapas, em todos os outros sete cursos que se baseiam na ABP, conhecidos anteriormente pelo nome “Projeto Inova”. Estes ajustes ocorrem dentro de um contexto de acompanhamento e avaliação permanente dos formatos aplicados, dos resultados alcançados por eles e de como eles vêm sendo assimilados em sala de aula.
“A formação e a capacitação continuada dos nossos professores nessa metodologia ativa, bem como o processo de escuta dos nossos alunos, são fundamentais para que esse modelo seja aperfeiçoado a cada semestre. Nós estamos ouvindo os professores, as coordenações e os alunos. A partir desta escuta, passamos a fazer pequenos ajustes no modelo educacional para que a gente possa sempre evoluir e atender não apenas as Diretrizes Curriculares Nacionais [DCNs], mas também garantir que esse processo de aprendizagem seja o melhor possível para os nossos estudantes e professores”, destaca o diretor acadêmico da Unit, professor Marcos Wandir Nery Lobão.
Um dos principais ajustes realizados no modelo ABP, com base na experiência do curso de Direito foi no formato e na carga horária do curso: nos seis primeiros semestres, a semana de aula será completa, com atividades durante os cinco dias da semana. A partir do 7° período, os horários serão mais flexíveis, com mais tempo dedicado para priorizar o autoestudo, a resolução de questões, a preparação da monografia, estudos, estágios e outras atividades planejadas pelos professores.
Os projetos profissionais também terão mais espaços definidos, com mais horas dedicadas aos encontros presenciais das Práticas Inovadoras em Projetos de Extensão (Pipex) e um dia reservado exclusivamente para o componente curricular de Competências para a Vida e Carreira (ComVC), voltado ao desenvolvimento de competências e habilidades interpessoais (chamadas soft skills), e outros componentes de formação geral. Estas atividades ganham ainda uma maior aderência à área do curso, correlacionando as atividades de extensão e o desenvolvimento de competências com os saberes estudados em cada trimestre.
Fundamentos preservados
A Aprendizagem Baseada em Projetos (ABP) é considerada uma das práticas mais eficazes do Século XXI por aumentar a motivação dos estudantes em aprender, trabalhar em equipe e desenvolver habilidades colaborativas. Nela, os estudantes são instigados a atuar com questões e problemas reais, advindos de demandas da sociedade, inclusive, colaboram na criação de soluções e apresentam os resultados das intervenções. Além de entender mais ativamente sobre os conteúdos propostos, o estudante se capacita para o mercado de trabalho desde cedo, contribuindo com o desenvolvimento social.
Wandir assegura que o novo modelo da ABP preserva o aprendizado com foco na realização de projetos, conforme o modelo bem-sucedido do Projeto Inova, mas mantém os requisitos previstos na Lei de Diretrizes e Bases (LDB) e nas DCNs determinadas pelo Ministério da Educação (MEC), o que inclui itens como a hibridização da carga horária, com divisão entre aulas virtuais e presenciais; e a curricularização da extensão, com dedicação de 10% da carga horária curricular a projetos e atividades de extensão universitária.
“O modelo preserva também um olhar mais cuidadoso para a empatia, a colaboração, o pensamento crítico e outras competências socioemocionais, sem descuidar dos conteúdos relacionados aos cursos. Você tem o projeto como fio condutor do aprendizado, mas os saberes que os alunos devem aprender, assim como as competências, estão embutidos na iniciação, no planejamento, na execução e nos resultados desses projetos”, ressalta o diretor., destacando também que o foco dos processos de processo de aprimoramento curricular da graduação da Unit está na qualidade e na eficiência do ensino-aprendizagem, para uma melhor inserção dos estudantes no mercado de trabalho.
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