Como acontece todos os anos, o salário mínimo vigente no Brasil tem um reajuste, que entra em vigor no dia 1º de janeiro e começa a ser pago no mês seguinte. Agora em 2024, ele passa a ser de R$ 1.412, o que representa um aumento de 6,97% em relação ao salário de R$ 1.320 que vigorou entre maio e dezembro de 2023.
Foi o segundo reajuste concedido de acordo com a medida provisória da Política de Valorização do Salário Mínimo, baixada em maio do ano passado e transformada em lei meses depois pelo Congresso Nacional. Assim, o atual reajuste somou 3% de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2022 com os 3,85% do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) dos 12 meses terminados em novembro de 2023. Já se for considerado o ganho real do trabalhador, isto é, sem contabilizar a inflação do período, o salário mínimo passou a valer 5,77% a mais em relação a maio do ano passado.
“Esse valor leva em consideração a nova política de valorização do governo federal, que corrige o salário-mínimo levando em consideração a inflação, já obrigatório pela constituição, e incluiu no cálculo o percentual de crescimento da economia. Sem a inclusão dessa nova variável o salário-mínimo seria de aproximadamente R$ 1.370, ou seja, R$ 42 menor que o valor definido”, analisa o professor e economista Rodrigo Rocha, dos cursos de Administração, Ciências Contábeis e Pós-Graduação lato-sensu da Universidade Tiradentes (Unit).
Ele acrescenta que o impacto do reajuste do salário mínimo na economia brasileira é significativo, pois seu valor serve de referência para a renda de cerca de 59 milhões de pessoas, entre trabalhadores, aposentados e pensionistas. “Alguns estudos apontam que, no Brasil, pode-se ter um incremento de aproximadamente R$ 70 bilhões, sendo importante ressaltar que a maior parte deste valor vai se transformar em consumo e pagamentos de contas, que também geram aumento da arrecadação tributária”, prevê Rodrigo.
A expectativa é de que este dinheiro seja aplicado no setor de comércio e serviços, principalmente na compra de artigos e produtos de primeira necessidade. Com isso, a expectativa do governo e dos especialistas é que haja um aumento do consumo, o que pode gerar um aumento de até R$ 37,7 bilhões na arrecadação de impostos para Municípios, Estados e a União Federal.
“Os que possuem sua remuneração atrelada ao salário-mínimo e que poderão utilizar essa diferença para organizar as contas de casa, tendo em vista que ao longo do ano os preços de diversos bens e serviços aumentam e tiram o poder de compra das famílias, que só conseguem recuperar a capacidade de consumo quando ocorre esse reajuste”, acrescenta o professor.
com informações da Agência Brasil
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