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Desigualdade salarial entre homens e mulheres é acentuada na pandemia

Mulheres ainda vão demorar mais de 200 para atingir o mesmo salário pago aos homens em posições similares. Dados são do Global Gender Gap Report

às 21h30
Professora Verônica Passos Rocha Oliveira
Professora Verônica Passos Rocha Oliveira
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De acordo com dados do Global Gender Gap Report de 2021, as mulheres ainda demorarão 267,6 anos para conseguir uma equiparação igualitária com o salário dos homens. A desigualdade de gênero no Brasil e no mundo se manifesta de diversas formas, atribuindo às meninas e mulheres a responsabilidade pelas atividades domésticas e de cuidado, ao passo que as exclui dos lugares de poder político e econômico, o fato se reflete nas diferenças salariais em cargos similares. 

Segundo Verônica Passos Rocha Oliveira, professora do curso de Direito da Universidade Tiradentes, a desigualdade salarial existente entre homens e mulheres, que ocupam os mesmos cargos e desempenham as mesmas atividades, comprova essa desigualdade de direitos e oportunidades existente entre homens e mulheres. “Tradicionalmente, a cultura patriarcal, com o consequente machismo estrutural, organiza a sociedade de modo que ainda hoje as mulheres estudem mais para serem contratadas, exerçam tripla jornada, tentando conciliar casa, trabalho e estudos, recebam menores salários que seus colegas do sexo masculino e ainda possam ser demitidas nos dois primeiros anos quando retornam da licença maternidade”, explica. 

Nas informações fornecidas pelo Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês), a lacuna de capacitação política aumentou significativamente desde seu relatório de 2020, a de participação econômica diminuiu. O fato prevê que a pandemia deverá atrasar ainda mais a paridade de gênero no trabalho. Para o fórum, isso se deve em parte ao fato das mulheres serem empregadas com mais frequência nos setores mais afetados pelos bloqueios combinado com as pressões adicionais de prestação de cuidados em casa. Além disso, as taxas de demissões durante a pandemia entre mulheres foram mais altas do que entre os homens. À medida que a economia se recupera, elas também estão sendo menos recontratadas do que os homens.

“Todos esses fatos remontam à época em que as mulheres eram (e ainda são em alguns países) dependentes juridicamente de algum homem (pai ou esposo), enquanto os homens são remunerados, administram as finanças e decidem os rumos da família e da sociedade. Embora, já tenhamos avançado bastante na igualdade formal entre homens e mulheres, para alcançarmos a equiparação salarial é necessária a consciência acerca das origens e consequências dessa desigualdade para seu enfrentamento, sobretudo, preventivo, com a educação de homens e mulheres funcionais, que compartilhem as mesmas responsabilidades na construção e desenvolvimento da sociedade. O caminho é longo”, reflete Verônica.

 

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