Nesta segunda-feira, 28, é celebrado o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+. A data objetiva conscientizar a população sobre o combate ao preconceito, além de sensibilizar quanto ao respeito à dignidade das pessoas LGBTQIA+.
“Conhecer os diferentes modos de ser e viver permite respeitar as diferenças. A ausência de conhecimento acerca da diversidade priva esta população de muitos direitos”, declara a doutora em Direito e Garantias Fundamentais e professora do curso de Direito da Universidade Tiradentes – Unit, Acácia Lélis. A docente também é coordenadora do Projeto Transjus da instituição de ensino.
A docente explica o significado de cada letra da terminologia LGBTQIA+. “O significado representa a diversidade de orientações sexuais e de gênero. As letras representam: L = Lésbicas; G = Gays; B = Bissexuais; T = Transsexuais; Q = Queer; I = Intersexo; A- Assexual; o + representa variações de sexualidade e gênero”, frisa. Segundo Acácia Lelis, entender essa terminologia pode ajudar a sociedade a evoluir no sentido de respeitar a individualidade das pessoas que se enquadram nessa nomenclatura.
“As letras são inclusivas e visam representar as pessoas que sofrem violência na sociedade por serem diferentes do padrão socialmente estabelecido”, destaca a professora.
Nome social
Uma das grandes conquistas ao longo do tempo foi a utilização do nome social e o reconhecimento da identidade de gênero de pessoas travestis ou transsexuais. “O uso do nome social assegura o respeito à pessoa trans, evitando que seja exposta a situações constrangedoras, uma vez que a documentação estaria em desconformidade com a aparência física e psíquica do indivíduo”, salienta Acácia Lélis.
Raffaela Alves fala sobre a importância de ter o direito do seu nome social assegurado. “Tem lugares que fazem a pergunta ‘Como você quer ser chamada?’. Porque se a gente vai com característica feminina para o lugar, quem atende deveria perguntar isso, mas muitos nem fazem isso e já querem chamar pelo nome de batismo, o que é uma falta de respeito. Essa atitude nos deixa constrangidos diante das pessoas que estão no mesmo ambiente”, comenta.
“A gente já sai de casa pensando que vai encontrar problema na rua, como os xingamentos que a gente ouve e finge que não é com a gente, porque temos que olhar para a frente, temos que nos valorizar, ainda que essas palavras atinjam nossa moral”, acrescenta.
Durante o atendimento no Laboratório Central de Biomedicina da Unit, Raffaela destacou a humanização no UnitLab. “Eu vim aqui para poder fazer uns exames e lembro que na primeira vez a atendente me perguntou ‘Como a senhora quer ser chamada?’. Na hora, achei engraçado e disse ‘senhora não, senhora está no céu’. Pedi que me chamasse de Raffa porque é como eu gosto e me sinto bem”, expõe.
“Gostei do atendimento porque todos possuem um grande respeito por nós. Acho que pelo fato de que ela vê que a pessoa tem um semblante de sofrimento pelas várias críticas da sociedade por ser transsexual, o atendimento do UnitLab sempre foi muito bom comigo. Espero que continue sempre assim”, finaliza.