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Especialista destaca os efeitos da inflação no bolso dos brasileiros

O economista e professor da Unit Josenito Oliveira explica as consequências da alta da inflação e como driblar os preços elevados dos produtos.

às 14h49
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Dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que a inflação calculada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerada a inflação oficial do país, acelerou de 0,87% em agosto para 1,16% em setembro. O índice representou a maior taxa para mês de setembro desde o início do plano real em 1994. 

O economista e professor da Universidade Tiradentes (Unit), Josenito Oliveira, explica os efeitos do aumento da inflação. “A inflação é um aumento geral no nível de preço. Quando tudo aumenta, desde o aluguel, o plano de saúde e os medicamentos até a alimentação e os combustíveis, isso tem um efeito muito grande sobre os demais produtos. Então, isso é chamado de inflação. E o IPCA é que mede a inflação oficial do Brasil. Ele ultrapassou, nos últimos doze meses, a faixa dos 10%, ficando com 10,25%. Isso, na prática, significa na perda do poder de compra da população como um todo”, esclarece Josenito.

“O brasileiro agora está comprando menos com o mesmo dinheiro, com a mesma renda. Isso tem várias causas, principalmente fruto da própria política econômica do Governo Federal. Estamos vivendo um momento de diversas crises, como a sanitária, por conta da pandemia, econômica, política e institucional, e todo esse conjunto contribui justamente com os efeitos da inflação. Notadamente, é bom lembrar que isso faz parte da própria política econômica do Governo Federal. O governo precisa mudar a sua política econômica para que possa justamente atacar esse efeito da inflação”, acrescenta o especialista. 

O professor da Unit destaca os itens que mais vêm pesando no bolso dos brasileiros. “Pela pesquisa, o efeito do aumento dos combustíveis é um item de custo muito importante e que pesa em qualquer planilha de custos, não só das famílias como também das empresas, porque esse custo é repassado para os preços dos produtos. É um efeito dominó, que acaba repercutindo na perda do poder de compra das pessoas”, enfatiza. “Temos também a crise hídrica, em que o governo também não se planejou, e que tem efeito também na inflação. Além disso, o aumento dos alimentos, notadamente as carnes, que por conta do aumento das exportações, provoca uma redução na oferta e encarece os nossos produtos”, complementa. 

Josenito Oliveira salienta ainda as previsões de inflação para os próximos meses. “De acordo com relatório do Banco Central, para este ano há uma previsão de aumento. Mas, para o próximo ano, a expectativa é de uma desaceleração. Isso por conta da perda do poder de compra das pessoas. As pessoas comprarão menos e isso vai fazer com que os empresários se sintam desestimulados para aumentar os preços”, frisa. 

“Além disso, a política econômica do governo tem feito o aumento da taxa de juros para inibir o crédito, dificultando um estímulo aos investimentos. Assim, causa outro efeito, que é gerar mais desemprego e menos consumo. É necessário rever essa política para que a gente possa corrigir de forma imediata esses problemas”, declara. Para amenizar a situação, Josenito Oliveira comenta como driblar os preços elevados dos produtos. “A dica seria consumir o básico, mas infelizmente as pessoas já estão fazendo isso. As pessoas estão sendo forçadas a economizar”, finaliza o economista. 

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