Um levantamento feito pela Organização Mundial da Saúde (OMS) mostrou que 4,7% da população brasileira sofre com algum transtorno alimentar. Esse percentual é cerca de duas vezes maior do que a média mundial, que é de 2,6%. Esses transtornos podem ocorrer em decorrência de doenças psiquiátricas de origem genética, hereditária, psicológica ou social.
O coordenador operacional do curso de Nutrição da Universidade Tiradentes (Unit), doutor Hugo Xavier, explica que esses transtornos geralmente são caracterizados por mudanças no comportamento alimentar do indivíduo, causando emagrecimento excessivo ou obesidade, comprometendo a saúde.
“No caso do emagrecimento extremo, pode levar a caquexia, por conta da inadequada redução da alimentação, e no caso da obesidade, devido à ingestão de grandes quantidades de comida. Transtorno Alimentar (TA) é uma psicopatologia que diversos estudos mencionam atingir diretamente o público adolescente, sendo apontado com prevalência entre os adolescentes do sexo feminino”, disse.
Os distúrbios da alimentação atingem frequentemente adolescentes e jovens mulheres entre 14 a 18 anos. “O transtornos alimentar acomete muito os adolescentes, por estar muito relacionado à figura da autoimagem corporal. É quando o indivíduo se encontra insatisfeito com sua própria aparência”, acrescentou o coordenador.
Os tipos mais comuns de transtornos alimentares são:
Anorexia: essa doença provoca alterações extremas no hábito alimentar. Ela está associada a comportamentos excessivos para a perda de peso, como dietas restritivas, devido a um distúrbio de imagem no qual o indivíduo se enxerga sempre acima do peso esperado. Por medo exagerado de engordar, muitas vezes a pessoa para de se alimentar ou reduz bruscamente a quantidade de comida ingerida. As mulheres são as maiores afetadas.
Bulimia: esse transtorno é caracterizado por compulsões alimentares periódicas, ou seja, a ingestão de grande quantidade de comida em curto espaço de tempo. Esses episódios são seguidos pela tentativa de compensação e, por isso, a pessoa provoca o vômito ou utiliza inadequadamente laxantes ou diuréticos, e/ou pratica exercícios físicos em excesso para evitar o ganho de peso.
Compulsão: diferente da bulimia, a pessoa que sofre de compulsão alimentar não faz uso de métodos purgativos como os vômitos para eliminar os alimentos ingeridos. Neste caso, ela perde o controle durante os frequentes ataques e come compulsivamente, só conseguindo parar de comer quando se sente desconfortável fisicamente, e não tem a preocupação irracional com o peso e a forma corporal. A maioria dos compulsivos é obesa.
Para evitar esses distúrbios ou contorná-los, Hugo Xavier explica que é necessário que a pessoa busque tratamento. “O tratamento inicialmente necessita ser individualizado, buscando restaurar o comportamento alimentar adequado e restabelecer o peso considerado normal para a idade e a altura do indivíduo, bem como identificar e solucionar as carências nutricionais. Salientamos a importância desse tratamento ser realizado por equipe multiprofissional, com psicólogo, nutricionista, médico endocrinologista e psiquiatra”, enfatizou.
Como um dos profissionais da equipe médica atuante no tratamento desses transtornos, o nutricionista indicará o melhor regime. “A dieta alimentar para reverter as carências alimentares e nutricionais requer um planejamento individualizado, com acompanhamento de preferência semanal. A utilização de suplementos, muitas das vezes proteicos, e vitamínicos, são uma opção possível quando não se consegue introduzir alimentos sólidos no cardápio”, concluiu Hugo Xavier.
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