Considerado como um dos pontos altos da vasta programação elaborada para a 15ª Semana de Pesquisa da Unit, evento reúne expoentes sobre o assunto.
A professora Maria Lúcia Maciel, doutora em Sociologia pela Université de Paris VII, diretora do Instituto Ciência Hoje e secretária da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC); o jornalista Samuel Antenor, mestre em Divulgação Científica e Cultural pela Unicamp e assessor de comunicação da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), e o doutor Diego Vaz Beviláqua (Museu da Vida/Fundação Fiocruz) participaram na noite dessa terça-feira, dia 29, de uma mesa redonda, cujo tema ‘Desafios e propostas para a Difusão da Ciência no século XXI’ atraiu a atenção de acadêmicos e docentes da Unit, além de convidados de outras instituições de ensino superior, bem como palestrantes que estão dando sua contribuição científica dentro da vasta programação da Sempesq.
Após a apresentação dos conferencistas que discorreram sobre o tema, fundamentados nos conceitos adquiridos a partir dos seus estudos, foi realizada uma mesa-redonda sob a coordenação da professora da Unit, doutora Cristiane Porto.
“A mesa tem uma função muito significativa porque vem dialogar com o público exatamente sobre o tema que mobiliza a Sempesq. Nosso objetivo é fazer com que os conferencistas ao trazerem suas experiências possam falar de educação e de divulgação científica”, afirma Cristiane.
“Nada vai para frente se não tiver interação e como cada um de nós temos experiências particulares, é neste momento que essa troca de experiências justifica as razões pelas quais acreditamos que somos capazes de superar os desafios”, lembra a professora Maria Lúcia Maciel. Ela reconhece que apesar dos problemas existentes no Brasil serem imensos, eles também são estimulantes. “O nosso compromisso enquanto pesquisadores é contribuir para levar informação aos milhões de jovens que ainda não tiveram oportunidade de estudar”.
Por sua vez, o jornalista Samuel Antenor reconhece que em relação às pesquisas científicas, o que se percebe é que hoje em dia as mídias sociais permitem uma participação pública muito maior. “Com isso, a divulgação científica tende a se ampliar, também, a partir do ponto de vista do divulgador”, lembra ele afirmando que as mídias sociais representam um novo espaço e um divisor entre as mídias eletrônicas de divulgação de várias áreas do ponto de vista da pesquisa e do conhecimento. É necessário, contudo, que quem divulga o conhecimento entenda as diferenças entre que pode e quem não pode ter acesso às mídias, fazendo todo o possível para estreitar esse distanciamento que ainda é perceptível no país face às desigualdades sociais.
Longe de ser considerado depositário de objetos antigos, os museus são organismos vivos imprescindíveis para manter atualizada a memória de uma nação. Durante a conferência, o doutor Diego Vaz Beviláqua, do Museu da Vida, mantido pela Fundação Fiocruz, salientou a importância desses espaços para a popularização da ciência no Brasil. “O que vemos ao longo dos últimos dez anos é um aumento muito grande no número de museus de ciências e um aumento muito grande no número de atividades nesta área, porém, a concentração deste aumento está nos grandes centros, especialmente nas regiões Sul e Sudeste”, diz o conferencista. Para ele, o primeiro e grande desafio é continuar aumentando o número de museus de forma a atingir os locais que ainda carecem desses espaços de pesquisas.