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Minicurso de culinária

Alunos de Gastronomia ensinam comunidade da Ilha Mem de Sá a reaproveitar sobras em novas receitas

às 21h03
O movimento na Escola Municipal Waldemar Fontes Cardoso é atípico para a tarde de sábado, 14 de maio. Na cozinha, alguns jovens de dólmã preparam ingredientes enquanto outros, na área externa, demonstram pratos para homens, mulheres e crianças de todas as idades. Maria Clemilda se espanta: “Pesto? Eu não sei o que é pesto!”. Aos 47 anos, a cozinheira estranha o nome do molho que os estudantes de Gastronomia da Universidade Tiradentes ensinam a preparar. A professora Maria Luiza brinca para quebrar o estranhamento: “Não se preocupe, o nome é metido a besta, mas o molho é simples”
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A aula de culinária acontece na Ilha Mem de Sá, comunidade do município de Itaporanga D’Ajuda, distante 29km da capital Aracaju. Às margens do rio Vaza-Barris, 70 pessoas vivem essencialmente da pesca e do preparo de pratos para turistas que frequentam seus modestos bares e restaurantes. “A gente sobrevive da maré”, resume Maria Clemilda.

Para melhorar a renda dessas famílias, 16 acadêmicos do segundo período de Gastronomia da Unit ensinam novas receitas a partir do reaproveitamento de produtos que antes iriam para o lixo. “Cabeça de camarão serve para fazer caldinho; bagaço de coco é utilizado para empanar camarão; o caldo do aratu para bolinhos”, exemplifica a estudante Tatiane Tavares.

O minicurso é uma ação da disciplina Práticas de Extensão e inclui seis receitas: croquete e cestinha de aratu, feita com massa de pastel; isca de peixe; espetinho de camarão crocante no coco; mousse de manga e creme de coco com banana caramelada. Entre os molhos também está o rosê e a maionese aromatizada de ervas.

Além de maneiras mais atrativas de confeccionar e apresentar receitas para os turistas, os alunos da Unit ensinam a comunidade a reduzir a poluição ambiental. O óleo de cozinha, antes descartado de qualquer jeito, agora passa a ser utilizado na fabricação de sabão com aroma de eucalipto.

“Todos os ingredientes que utilizamos são encontrados na própria ilha, assim a comunidade não precisa se deslocar até Itaporanga ou mesmo a Aracaju em busca desses insumos”, observa o acadêmico Gil Aubert.

Extensão

Segundo a professora Maria Luiza Heine, atividades extensionistas como essa só têm sentido quando realizadas em comunidades que realmente necessitam. “A função da disciplina é fazer uma intervenção efetiva e é sempre bom lembrar que esta é uma exigência do MEC, está na Constituição Federal de 1988. Para ter status de universidade, uma instituição de ensino superior precisa oferecer ensino, pesquisa e extensão”, ressalta a docente.

Toda a ação é desenvolvida em parceria com a Prefeitura de Itaporanga D’Ajuda, Capitania dos Portos e Ministério Público do Trabalho. Além do minicurso de culinária, os alunos arrecadaram alimentos não perecíveis e distribuíram entre os moradores.

“As pessoas da Ilha Mem de Sá têm necessidades, portanto, do conhecimento a outros tipos de ajuda, tudo o que chega a elas é sempre muito bem-vindo. Para nós é muito gratificante ver a alegria da comunidade”, diz o estudante Elder Figueiredo.

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