Detectada há quase um mês, a nova variante da Covid-19 conhecida como ômicron pode mudar novamente o rumo da pandemia, em especial por causa de seu impacto na vacinação. Por possuir grau elevado de contaminação, sua particularidade é o grande número de mutações na comparação com a variante original que foi detectada na cidade chinesa de Wuhan, e de posteriores versões, como a delta, que domina até agora amplamente a transmissão da pandemia.
Segundo o infectologista e professor de Medicina da Universidade Tiradentes, Matheus Todt, com a diminuição das restrições sanitárias e as festas de fim de ano, o número de aglomerações pode aumentar, causando uma maior circulação do vírus. “Nos últimos meses com essa progressiva liberação das restrições, infelizmente temos a possibilidade de vivenciar o que estamos acompanhando na Europa e em alguns países da Ásia que é ter novamente hospitais lotados e um número crescente de mortes”, explica.
Apesar da vacina já estar disponível para grande parte da população, a baixa adesão vacinal em alguns países já causa preocupação em governantes e organizações de saúde. “Nos últimos meses o aumento do número de vacinados principalmente aqueles com duas doses não tem aumentado como deveria. Estamos entrando em, aproximadamente, na faixa entre 55% a 60% das pessoas vacinadas com as duas doses. O ideal para que possamos falar em controle total da pandemia é maior que 75%, então ainda estamos distantes desse número. Acontece que muitas pessoas vão se vacinar com a primeira dose mas não completam o esquema vacinal com a segunda”, reitera Matheus.
Para o infectologista, é necessário reforçar e conscientizar cada vez mais a importância da vacina.”Além disso, precisamos ter cuidado e cautela com as medidas de flexibilização. Então o uso da máscara continua sendo essencial, assim como a higiene das mãos e, principalmente, ainda não é o momento de aglomerar. Avançar rapidamente agora pode significar vários passos para trás quando olharmos lá na frente”.
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