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Os desafios no enfrentamento à Covid19

Infectologista e professor do curso de Medicina da Unit, Matheus Todt, destaca fatores que poderiam evitar mortes por covid no país.   

às 22h57
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No dia 26 de fevereiro de 2020, o Brasil registrava o primeiro caso confirmado do novo coronavírus. Em março do mesmo ano, o país registrou a primeira morte, além de ser declarada, oficialmente, a transmissão comunitária. Um ano e quatro meses depois, o país ainda enfrenta grandes desafios.

Com mais de 530 mil mortes e os números da vacinação avançando lentamente, o Brasil já ultrapassou a marca de 19 milhões de casos. “É importante salientar que, no atual momento, não podemos nos valer apenas da vacinação para controlar a pandemia. As medidas não farmacológicas, como o isolamento social e o uso adequado de máscara, continuam fundamentais”, declara o infectologista e professor do curso de Medicina da Universidade Tiradentes, Matheus Todt.

“Hoje, o país possui menos de 15% da população complementarmente imunizada e precisamos de mais de 70% para começarmos a controlar a pandemia. Portanto, ainda temos muito chão pela frente”, acrescenta.

Com um número crescente de casos e óbitos, o país enfrentou a superlotação dos hospitais, falta de oxigênio e demora na aquisição das vacinas. “As medidas de biossegurança sozinhas não são capazes de controlar a pandemia. Porém, elas conseguem reduzir a velocidade de disseminação da doença e reduzir a sobrecarga do sistema de saúde. Isso possibilita o acesso à UTI nos casos graves e nos dá mais tempo para imunizar a população. Infelizmente, desde o início da pandemia, as autoridades e a população não levaram a sério essas medidas de controle. O resultado dessa atitude nós já sabemos com mais de meio milhão de óbitos”, destaca o infectologista.

Para Todt, o descaso com as medidas de proteção individual, ataques à ciência, além da recusa das experiências históricas de enfrentamento de epidemias influenciaram no aumento do número de casos e mortes.

“Ao não seguir medidas comprovadamente eficazes, como o distanciamento social e ampla imunização da população, e apostar em ‘fórmulas mágicas’ sem evidência científica sólida, as autoridades contribuíram para um maior número de casos da doença e para um maior número de óbitos”, enfatiza.

A redução da transmissão e, consequentemente do número de casos, tem sido a principal dificuldade enfrentada. “Ao reduzirmos a velocidade de infecção, reduzimos a sobrecarga do sistema de saúde, possibilitamos atenção adequada aos casos graves e, consequentemente, reduzimos o número de mortes”, garante o professor da Unit.

“O que podemos fazer para contribuir com isso todos já estão calejados de escutar é o isolamento social, uso de máscaras, higiene das mãos e vacina logo que possível”, finaliza.

 

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