Por se tratar de um produto de exportação perecível em decorrência do curto espaço de tempo para maturação o mamão serviu como base para a tese de doutorado de Biotecnologia Industrial de Thais Ribeiro intitulada Processo de obtenção de membrana biodegradável com capacidade antifúngica utilizando extratos de Nim .
“Desenvolvi um filme contendo o extrato do Nim (erva medicinal de origem indiana encontrada com facilidade em terrenos da capital sergipana) com o objetivo de inibir o crescimento de um tipo de fungo que provoca a Antracnose (sintoma fitopatológico resultante da infecção das plantas por vários agentes etiológicos, entre os quais várias espécies de fungos). Quando recobertos pelo filme, os mamões aumentaram sua vida útil em cerca de 15 dias”, explica a pesquisadora.
Satisfeita com os resultados obtidos ela acredita na importância da contribuição dada para a preservação de um produto que é exportado. “Estamos sempre buscando a solução para os problemas e decidi por essa pesquisa no intuito de oferecer benefícios que possam ser agregados à indústria de embalagens e que evite a utilização produtos químicos em detrimento da utilização de um produto natural”, complementa a pesquisadora.
“O doutorado da professora Thais representa para mim enquanto coordenadora do curso, uma vitória para todos, especialmente o que escolheram a profissão. Mais uma vez mostramos que Gastronomia não é só cozinhar como muitos podem supor. Vai muito além. Ela é a prova de que devemos acreditar no curso e na pesquisa acadêmica”, argumenta a professora Kátia Viana.
A defesa da tese da professora Thais é na área do desenvolvimento de novas embalagens ativas no combate a uma praga de um fungo que ocasiona grande problema para a exportação do mamão do que se refere à sua preservação e durabilidade. “Vimos nessa pesquisa a possibilidade de se desenvolver um produto capaz de agregar valor ao agronegócio”, opina a co-orientadora, professora Francine Padilha. Ela acrescenta que os resultados são muito promissores e com a pesquisa já patenteada pelo Instituto Nacional de Propriedade Intelectual – INPI da Universidade Tiradentes, a busca agora será por empresas parceiras para que o produto possa ser comercializado.
Responsável pela orientação da tese da professora Thais o professor Cláudio Dariva considera importante a pesquisa porque a partir dela foi encontrada a solução para um problema que é localizado e que afeta diretamente a região por ser uma exportadora do mamão. “Com matéria prima original ela conseguiu desenvolver um produto que prolonga a vida da fruta.