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Pesquisadores desenvolvem aplicativo de orientação para vocação esportiva

O instrumento inovador, resultado da dissertação de mestrado de Michael Bispo, conquistou patente pelo INPI. A partir de agora, as pesquisas serão voltadas para a detecção dos talentos esportivos em todo o Brasil.

às 14h00
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Desde 2015, pesquisadores da Universidade Tiradentes, meio do Programa de Pós-Graduação em Saúde e Ambiente — PSA — da instituição de ensino, tem trabalhado o esporte de forma peculiar. A prática esportiva, a individualidade do praticante e a epigenética ganharam destaque na linha de pesquisa de “Orientação da vocação e detecção do talento esportivo”.

A partir de vários projetos, um deles aprovado pelo Ministério do Esporte, que forneceu recursos para a compra de equipamentos, ampliou ainda mais os estudos. Com equipamentos e tecnologia avançada, o Laboratório de Biociências da Motricidade Humana — LABIMH — da Unit passou a ser o centro de todo o trabalho. 

Pioneiro com este tipo de pesquisa no Estado de Sergipe, o doutor Estélio Dantas, membro da Academia Brasileira de Treinadores do Comitê Olímpico Brasileiro e docente do PSA da Unit, comenta a importância do estudo. “A maior parte das crianças, por exemplo, não tem aderência ao esporte que realiza, porque não conseguem sucesso na sua prática. Assim como existem diversos instrumentos voltados para orientação da vocação profissional, trabalhamos em um primeiro momento para a criação e validação de um protocolo que fosse voltado para a orientação da vocação”, declara.

Os estudos incluem a avaliação antropométrica do indivíduo e com a determinação das suas características epigenéticas, ramo da genética que trabalha com o efeito do ambiente e dos comportamentos nos genes. Para o parâmetro epigenético, utiliza-se a dermatoglifia, estudo das impressões digitais.

“Colocar a criança ou o indivíduo para fazer um esporte que ele epigeneticamente melhor se adapta faz com que a possibilidade de permanecer nesta atividade aumente e promova melhorias de saúde, emagrecimento e qualidade de vida”, enfatiza o pesquisador.

Todo o trabalho desenvolvido ao longo do tempo já vem gerando grandes resultados. A partir da dissertação de mestrado do pesquisador Michael Bispo, intitulada “Criação e Validação de um Aplicativo de Orientação da Vocação Esportiva”, o Instituto Nacional de Patente Industrial concedeu o registro para o Aplicativo de Orientação da Vocação Esportiva — VocSports. Além de Michael, também fazer parte da patente, os orientadores Dr. Estélio Dantas e Marcos Antônio Almeida e três renomados pesquisadores da área, os doutores Antônio Carlos Gomes, Alexandre Heberle e Rudy José Nodari Júnior. 

“É um grande destaque para a universidade que nos coloca na frente mais uma vez do mundo. Nós não estamos fazendo uma pesquisa restrita apenas a Aracaju e a Sergipe. Nós estamos fazendo uma pesquisa que é endossada pelo Comitê Olímpico Brasileiro com grandes perspectivas pela frente. O objetivo agora é encaminhar o projeto de doutorado para trabalharmos a detecção dos talentos esportivos com grandes potenciais para ser um atleta brasileiro e até mundial”, salienta. 

Sobre a dissertação de mestrado

Durante dois anos, Michael Bispo vem desenvolvendo um protocolo de orientação da vocação esportiva com o intuito de direcionar as melhores práticas aos indivíduos. A partir de um parâmetro de base científica, analisou uma ferramenta e montagem de um instrumento por prospecção. 

“Pensamos em uma ferramenta científica, pouco utilizada no meio esportivo. Com a epigenética, separamos dois testes para que pudéssemos obter um parâmetro desse público. Com essas análises, observamos uma predisposição epigenética do indivíduo para força, coordenação motora, resistência, agilidade, velocidade, entre outros aspectos. Já com a antropometria, obtivemos dados das medidas corporais do indivíduo, como estatura, envergadura, comprimento de pernas, entre outros aspectos”, explica Michael. 

“A pesquisa seguiu algumas etapas metodológicas. O primeiro passo foi a seleção de 74 modalidades, entre elas olímpicas e de cultura nacional, para que fossem listadas as particularidades das mesmas, assim como as características epigenéticas, criando assim o primeiro instrumento de validação”, acrescenta. O método denominado EpiGen foi avaliado e legitimado por um grupo de especialistas da área. O software desenvolvido, que contou com a parceria dos cursos de Computação da Universidade Tiradentes, também já foi patenteado.  

Após a autenticação, o instrumento foi aplicado em mais de 30 crianças para observação de possível erro de execução, e, por fim, foi realizada a aplicação em massa com a participação de mais de duas mil crianças para calibração do instrumento e software. 

“Se a gente propõe ao indivíduo que pratique algo que epigeneticamente tem uma predisposição, a chance de ele aderir àquela prática é muito maior, ou seja, ele vai colher frutos mais rapidamente, vai ter uma chance maior de prosseguir dentro daquela prática. Assim, começamos a criar um ciclo com uma sociedade que tem a prática esportiva como um pilar fundamental”, finaliza Michael. O estudo contou com a parceria do Centro de Desenvolvimento de Pesquisa em Políticas Públicas de Esporte e Lazer de Sergipe — CDPPEL—, Secretaria Especial do Esporte do Governo Federal, Comitê Olímpico do Brasil — COB — e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior — CAPES.

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