Uma visão panorâmica dos desafios que a profissão tem para os próximos anos no cenário nacional foi um dos principais assuntos abordados na abertura da décima primeira edição da Jornada Farmacêutica que acontece entre os dias 16 e 18 de maio, no Campus Aracaju Farolândia, com a temática ‘Inovando o ensino e a pesquisa para alicerçar o conhecimento farmacêutico generalista’.
Para conduzir o debate durante a abertura do evento, o coordenador do curso de Farmácia da Universidade Federal de Sergipe e doutor em Educação Científica e Tecnologia, professor Wellington Barros, destacou a alta competitividade no mercado de trabalho e relacionou aos desafios do farmacêutico na profissão.
“Nosso Conselho Federal de Farmácia trabalha em regulamentações de novas áreas do profissional farmacêutica e na consolidação de outras áreas que estavam garantidas por lei. Além disso, queremos conectar essas demandas, iniciativas e exigências do mercado com a necessária revisão das diretrizes curriculares, que completa dez anos”, ressalta o docente.
Segundo o pesquisador, 94% dos postos de trabalhos no País para o profissional de Farmácia estão representados por farmácias, drogarias, hospitais e distribuidoras de medicamentos. Recentemente, o Conselho regulamentou mais duas novas áreas de atuação. “O conselho acaba de regulamentar a atuação do farmacêutico nas áreas de genética e farmacogenômica, setor hoje estratégico na produção de medicamentos biotecnológicos”, acrescenta.
Enquanto há um crescimento nos postos de trabalho pelo Brasil para farmacêuticos, em Sergipe existe um déficit desses profissionais. “No Centro-Oeste, Sul e Sudeste do país o mercado está saturado e começamos a perceber uma tendência de migração de profissionais formados nestas regiões para o Nordeste, onde somente dois estados atingiram esta saturação, Paraíba e Ceará. Em Sergipe temos uma relação de 0,8 profissionais por postos de trabalho. Como faltam farmacêuticos, temos uma característica de que o mercado é favorável para estes profissionais. Então os alunos têm que se preparar bem porque disputarão mercado com egressos de outras instituições do País”, alerta Barros.
A contribuição dos palestrantes com informações e dicas atuais dentro da profissão foi o que motivou a acadêmica Valléria Matos Andrade do 7º período do curso. “É importante conhecermos as diversas áreas de atuação do farmacêutico e ter um momento para discutir isso. Eu, por exemplo, quero seguir carreira na perícia criminal que é pouco conhecida e muitas pessoas não sabem que o farmacêutico pode atuar nesta área”, informa Valléria. Também de olho nos destaques do mercado de trabalho, Lincoln Marques do 3º período do curso de Farmácia na Universidade Federal de Sergipe, fez questão de prestigiar o evento. “É sempre bom este contato com outros profissionais e essa troca de experiência. Sempre participo de eventos na área de Farmácia do Estado”, salienta o acadêmico.
Para a coordenadora do curso de Farmácia Ana Paula Belizário, o momento é significativo para realização da Jornada frente as novidades na área Farmacêutica e reconhecimento do profissional. “Escolhemos um tema da jornada que fale do momento atual da profissão e nos leve a uma construção de conhecimento e reflexão. E estamos passando por um momento muito significativo na profissão que é o reconhecimento de novas áreas, importante em virtude da empregabilidade da consolidação da área e do profissional. Ainda dentro desta questão estamos falando sobre o farmacêutico generalista, que tem que ter um conhecimento amplo das áreas possíveis de atuação para, a partir deste conhecimento, definir em qual área deseja atuar e estar mais preparado para os desafios que a sociedade colocará para este profissional”, observa.
Fotos: Marcelo Freitas