A Universidade Tiradentes (Unit) participa de mais um programa de alcance nacional: o PADF nas Escolas, que reúne projetos de instituições de ensino superior e envolve professores e alunos de escolas públicas do ensino médio e fundamental. A iniciativa do Consórcio STHEM Brasil, que reúne dezenas de faculdades, universidades e outras instituições do ramo no Brasil e em Portugal, é realizada com o patrocínio da Fundação Pan-Americana para o Desenvolvimento (PADF) e da companhia Boeing.
O programa tem o objetivo de apoiar e incentivar atividades de extensão que colaborem com a formação de professores do ensino básico em temáticas ligadas ao ensino ativo e à chamada “Educação STEM”, referente às disciplinas de ciências, tecnologia, engenharia e matemática. “Tal iniciativa busca oportunizar que as Instituições de Ensino Superior cumpram o seu papel social, através de atividades de extensão, contribuindo, consequentemente, com o desenvolvimento e domínio de competências pelos alunos, em atendimento a áreas que apresentam vulnerabilidade social”, explica a professora Ana Cláudia Ataíde Mota, assessora pedagógica da Pró-Reitoria de Graduação da Unit e coordenadora do Núcleo de Desenvolvimento Docente (NDD).
Ao todo, para esta edição do PADF nas Escolas, foram escolhidos 17 professores ligados a projetos de 11 instituições de ensino superior que integram o STHEM, tendo a Unit como a única representante do Nordeste. O projeto inscrito é o “Horta Orgânica STEM, cultivando conhecimento e sustentabilidade em arduíno”, que envolve alunos e professores dos cursos de Sistemas de Informação, Farmácia, Nutrição e Mestrado em Biotecnologia, além do Tiradentes Innovation Center. As atividades são aplicadas para 79 alunos com alta vulnerabilidade do 6º ano do Fundamental 2, que estudam em tempo integral na Escola Estadual 8 de Julho, no bairro Ponto Novo, zona oeste de Aracaju.
De acordo com Ana Cláudia, o objetivo do projeto é resolver o desafio de criar uma horta orgânica na escola, incorporando as premissas do STEM (do inglês Science, Technology, Engineering and Mathematics) e utilizando dois itens para otimizar a irrigação e o desenvolvimento dos alimentos plantados: sensores de umidade e placas de arduino, uma plataforma programável de prototipagem eletrônica, utilizada na criação de objetos eletrônicos interativos e independentes. E esse trabalho será executado pelos estudantes da Escola 8 de Julho, através do desenvolvimento de habilidades.
“Os estudantes serão encorajados a explorar os princípios científicos, tecnológicos, de engenharia e matemáticos relacionados ao cultivo de uma horta orgânica. Eles aprenderão sobre os processos biológicos e ecológicos envolvidos no crescimento das plantas, os impactos ambientais da agricultura convencional e a importância da sustentabilidade na produção de alimentos”, detalha a professora.
Apoio da Unit
Ela acrescenta que os alunos da Unit terão a chance de contribuir com o projeto nas suas respectivas áreas de atuação. “Sistemas de Informação e o mestrado em Biotecnologia auxiliarão no projeto da horta. Já os alunos dos cursos de Farmácia e Nutrição trarão esclarecimentos para os professores da 8 de Julho sobre alimentação saudável, uso de plantas medicinais, etc”, disse.
Além disso, está prevista a ida dos estudantes e professores da escola até o Tiradentes Innovation Center (TIC), no Campus Farolândia, onde terão uma vivência no Tiradentes Fab Lab, aprendendo a conectar e configurar os sensores, coletar dados e utilizar algoritmos para ajustar a irrigação de acordo com as necessidades específicas das plantas.
O projeto conta com apoio financeiro da Boeing e da PADF, que será revertido para a compra de kits de ciências e de astronomia, insumos para a horta orgânica e sua automação. Todo o processo de formação dos docentes da Escola e de desenvolvimento do projeto será realizado ao longo deste semestre e vai até dezembro. Ao final, será promovida uma feira de ciências, com a demonstração dos resultados e a premiação dos projetos mais significativos.
Ana Cláudia Mota destaca que a participação direta da Unit neste projeto de inovação que envolve o ensino público é uma forma de melhorar e qualificar ainda mais os professores e, por consequência, toda a comunidade escolar, uma vez que os conhecimentos disseminados podem ser replicados e aprimorados por outros docentes. “A missão da Unit é ‘inspirar pessoas a ampliar horizontes’, e dessa forma acontece a disseminação da educação STEM entre professores dos anos básicos de escolas públicas, incentivando-os a repensarem seus planos de aula e compartilharem boas práticas de um ensino inovador entre os demais professores da sua instituição”, concluiu ela.
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