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Projeto de IC cria manual para estudantes e profissionais de Arquitetura

Os estudantes Vitória Almeida e Kaynan Souza inovam e realizam pesquisa sobre as condições térmicas em residências de Aracaju.

às 12h33
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Os estudantes Vitória Almeida e Kaynan Souza, do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Tiradentes (Unit), participam de um projeto de Iniciação Científica (IC) desde o ano passado. A ideia inicial girava em torno das análises das condições térmicas em residências de Aracaju para revisão da NBR 15575. 

“A primeira ideia da pesquisa surgiu por meio de uma conversa com o professor Leonardo Maia, da disciplina de Conforto Ambiental I. Ele abordou alguns temas de meu interesse e daí surgiu a ideia de analisar essas habitações, tendo em vista a norma NBR 15575”, comenta Vitória. 

“Achamos que seria interessante fazer essas análises com essa nova atualização da norma, para verificar se realmente a revisão dos métodos traria melhorias para a eficiência térmica das habitações em geral, e começamos a escrever o projeto”, acrescenta a acadêmica. 

Com a pandemia do novo coronavírus, o projeto precisou de readaptações para sua execução. “A norma passou por um processo de revisão e utilizaríamos nossas análises para contribuir com o estudo. No entanto, com o momento que estamos vivenciando, não foi possível visitar as habitações para realizar as medições e verificar a temperatura e materiais de todos os sistemas das habitações”, explica o professor Leonardo, docente das disciplinas de Conforto ambiental I, Ateliê de Projetos Especiais e Ateliê de Projetos Institucionais. A norma foi promulgada no final de maio de 2021.  

“Para aproveitar a revisão da norma e o projeto de Iniciação Científica, ainda no mesmo objetivo, realizaremos as análises com uma metodologia de projetos para habilitações em Sergipe. Um dos produtos que estamos finalizando é um manual para entendimento do caminho que o sol percorre para serem realizadas as análises de cada uma das disposições das edificações, que chamamos de orientação, se adequando ao cenário do clima para o estado de Sergipe”, complementa o docente.

O manual, intitulado O caminho do sol: diretrizes para posicionamento da latitude 10° sul, tem como objetivo ser um guia para que estudantes e arquitetos possam melhorar o desempenho das habitações ainda no início do projeto.  

“Quando estamos falando de habitação, principalmente a popular no Estado de Sergipe, algumas considerações temos que trazer para a arquitetura. A primeira de todas as estratégias é não deixar esquentar, ou seja, criar sombras. Depois de sombrearmos essas habitações, é necessário ventilá-las. Geralmente, quando olhamos para as edificações, o sombrear nem sempre tem sido a estratégia mais empregada”, observa o especialista. 

“Nesse período de pandemia, em que permanecemos mais tempo em casa, temos verificado pontos importantes. Quem tem uma casa quente e faz a utilização de ventilador e ar-condicionado, acaba gastando mais energia. Isso é fruto de uma habitação que não foi bem resolvida”, exemplifica Leonardo Maia. 

Com a publicação do manual, a intenção é mostrar, de maneira simplificada e intuitiva, como permitir que as estratégias principais sejam implementadas. “Esse nosso manual permite que a prática do desenvolvimento de sombras para a edificação seja muito mais simples e rápida. Com isso, permito para a família uma melhor qualidade de vida, economia no bolso dos consumidores e economia ambiental. No fim das contas, o nosso projeto é um projeto extremamente sustentável, porque implica nos três eixos da sustentabilidade: o social, o ambiental e o econômico”, assegura Leonardo. 

 

Sobre o projeto 

Como o projeto inicial era realizar a visitação para verificar as condições das edificações e sofreu alterações, os acadêmicos devem prosseguir os estudos a partir de trabalhos de disciplinas já realizadas. Como é o caso do Loteamento Recanto da Paz, localizado no bairro aeroporto em Aracaju.   

“Como algumas disciplinas fizeram uma assessoria técnica na comunidade, estamos aproveitando para fazer as análises dessas edificações a partir da norma e sugerir algumas alterações para melhorar o desempenho térmico, adequado à realidade local”, expõe Kaynan Souza. 

“A gente atribui a importância desse projeto no desenvolvimento desse método, na análise das condições climáticas de Aracaju e também para auxiliar os estudantes, profissionais e estudiosos a entender de forma mais clara e direta como se faz o processo e análise inicial, além de projetar e dos equipamentos que possam sombrear as edificações”, reitera. 

 

Iniciação Científica

Mesmo sendo o primeiro projeto de Iniciação Científica, Vitória sempre teve vontade de participar da IC. “Desde quando entrei no curso, sempre fui ativa nas atividades extracurriculares e achava que a iniciação científica era algo muito distante. Sempre quis fazer, mas não sabia como iniciar. Foi com o professor Leonardo que surgiu essa oportunidade. Na universidade, ter essa prática de escrever o projeto de pesquisa ajuda bastante”, conta a futura arquiteta.   

Kaian também sempre foi muito interessado pela área da pesquisa. “Quando Vitória estava escrevendo o projeto, entrou em contato comigo e me explicou sobre o tema e como seria a IC. Começamos a fazer as pesquisas relacionadas à temática. Sempre gostei e tem me ajudado bastante na parte dos trabalhos acadêmicos, com o Trabalho de Conclusão de Curso e até mesmo nessa questão de desenvolvimento de pesquisa científica, do próprio hábito de escrever do trabalho científico. Estou gostando muito, tem sido um aprendizado riquíssimo”, garante o estudante.

Confira também: Arquitetura por vocação: desafios e avanços da profissão em tempos de pandemia.

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