Como é vivenciar a realidade da saúde em outro país? Essa pergunta pode ser respondida rapidamente pela estudante Maria Eduarda Pereira Dantas, do 9º período de Medicina da Universidade Tiradentes (Unit), que acaba de passar por um mês de internato na rede de clínicas do Cambridge Health Alliance (CHA), em Boston (Estados Unidos). O estágio faz parte do programa Clinical Experience Abroad: Clerkship for Medical Students, realizado desde 2021 por meio da parceria entre as duas instituições.
Eduarda foi aprovada para a primeira turma enviada para Boston em 2024. Ela conta que decidiu participar do internato para aperfeiçoar a fluência no inglês e os conhecimentos na área médica. “Confesso que o que eu consegui lá foi muito mais do que isso. O pessoal lá do Cambridge Health Alliance, todos os profissionais, foram muito receptivos. Eles tinham muita paciência para ensinar e mostrar essa realidade tão diferente do que a gente vive aqui no Brasil”, lembra.
Durante o estágio, Eduarda ficou dedicada à área de endocrinologia, acompanhando as equipes e os serviços especializados do complexo de clínicas e hospitais do CHA. Ela também conheceu outras instituições médicas de referência sediadas em Boston, a exemplo do Joslin Diabetes Center, o principal centro de pesquisa, clínica e educação em diabetes do mundo. Os dois centros são afiliados à Harvard Medical School (Escola Médica de Harvard), ligada à Universidade de Harvard, uma das cinco melhores do mundo.
O aspecto que mais a impressionou foi o aparato tecnológico disponível no sistema americano, que conta com equipamentos modernos para o tratamento da doença, como sistemas de pâncreas artificial, bombas de insulina e sensores de glicose. “São tecnologias que a gente ainda não tem disponível aqui no Brasil, mas que sem dúvida é uma questão de tempo até que chegue para nós. Eu tive a oportunidade de conhecer essas tecnologias e de entender como os profissionais abordam, levam e ensinam sobre elas para os pacientes, através do sistema de saúde”, afirmou.
Outra realidade conhecida pela sergipana foi a forma de funcionamento do sistema de saúde americano, que não é unificado para todo o país. Cada um dos 50 estados gere o seu próprio sistema de saúde e estabelece suas próprias regras, podendo ser público ou operado por grupos privados. De acordo com Maria Eduarda, o estado de Massachusetts, onde fica a cidade de Boston, oferece um serviço público de saúde à população, ao qual o CHA é integrado, proporcionando uma realidade diferente e melhor em relação a grande parte dos Estados Unidos.
“Eu também consegui entender como funciona o sistema de saúde de lá e como eles fazem para conseguir trazer uma atenção à saúde do paciente. Lá, a gente atendeu muito uma população que não tem condições de pagar um plano de saúde, mas que ainda assim tinha a oportunidade de ter acesso a um sistema de saúde, muito bom, muito bem estruturado, e que de fato funciona”, conta ela.
“Oportunidade incrível”
Maria Eduarda retornou ao Brasil no último dia 12 de maio e entra agora para a reta final do curso de Medicina, cuja conclusão está prevista para o final de 2025. Após isso, ela pretende fazer as residências em clínica médica e em endocrinologia. E garante que levará consigo tudo o que viveu e aprendeu em uma experiência que considera “muito enriquecedora”. “Estou muito grata a Unit por ter proporcionado essa oportunidade incrível. Eu tenho certeza que é algo que contribuiu muito para minha formação acadêmica e eu saí de Boston como bagagem com conhecimento que eu não tinha antes e que sem dúvida alguma vão me tornar uma profissional muito melhor”, conclui.
Eduarda produziu alguns vídeos e conteúdos sobre o seu estágio no CHA, em Boston. Eles podem ser vistos em seu perfil pessoal no Instagram, no qual ela também faz vídeos de informação e esclarecimento sobre a diabetes, os tratamentos disponíveis e a convivência com a doença. A página conta atualmente com mais de 122 mil seguidores.
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