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Projeto alerta para índice de obesidade entre idosos sergipanos

Segundo dados do Masterfitts, 62% dos avaliados apresentam excesso de peso. Desses, 15% são idosos obesos

às 12h26
O Brasil segue a tendência mundial dos últimos anos: o envelhecimento da população. No ano passado, o país atingiu a marca de 30,2 milhões de idosos. Em 2012, o número era de 25,4 milhões. O aumento de 4,8 milhões desse grupo etário corresponde a um crescimento de 18%, tornando cada vez mais representativo no Brasil.
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Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – Características dos Moradores e Domicílios –, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que as mulheres são maioria expressiva nesse grupo, com 16,9 milhões (56% dos idosos), enquanto os homens idosos correspondem a 13,3 milhões (44% do grupo).

Aumenta a expectativa de vida e, com isso, os cuidados e atenção com a saúde são imprescindíveis para este grupo. A obesidade, por exemplo, pode aumentar com o avanço da idade. Em Sergipe, os estudos com pessoas com 60 anos ou mais vêm ganhando destaque e alertam para um índice preocupante.

Pesquisadores da Universidade Tiradentes, por meio do Programa de Pós-Graduação em Saúde e Ambiente, avaliaram 320 idosos sergipanos e desenvolvem o projeto denominado Masterfitts. Desses, 62% apresentam excesso de peso, e destes 15% estão obesos. Entre os avaliados, 83% são mulheres. A pesquisa foi iniciada no mês de junho e seguirá até novembro, quando poderão ser obtidos novos dados.

“A gente não pode concluir ainda quanto ao fator determinante para este índice, quando relacionamos ao tipo de dieta que os indivíduos realizam. No entanto, podemos afirmar que o aumento de peso, sobrepeso e obesidade, é um resultante de uma alimentação acima do recomendado e uma baixa prática de atividade física. É preciso tornar o idoso mais ativo”, salienta o doutor em Educação Física, professor Estélio Dantas. O pesquisador, que realiza estudos com idosos há mais de 20 anos, é vinculado à Rede Internacional de Motricidade Humana.

Dentre os diversos fatores avaliados e que merecerão destaque após os estudos estão a autonomia funcional; o condicionamento físico; a densidade mineral óssea; a motivação; o nível de atividade física; a qualidade de vida; o risco cardíaco e o de quedas. Os idosos avaliados são submetidos a distintos programas de exercício físico.

“Pensamos nesta pesquisa com a finalidade de mudar o paradigma de trabalho com idoso, ou seja, realizar um trabalho com pessoas desta faixa etária com a utilização de carga e intensidade, respeitando a individualidade de cada um”, destaca professor Estélio.

“No caso da atividade física, eu preciso usá-la como um fator de prevenção, ou seja, ser realizado um trabalho que não seja apenas de forma recreativa e sim, com finalidade terapêutica, adequado ao público-alvo”, acrescenta o especialista.

Após a intervenção de 16 semanas, os idosos passarão por nova avaliação para resultados das variáveis observadas na pesquisa. Mesmo ainda sem a conclusão do projeto, evidências já demonstram aspectos de melhorias entre os idosos participantes.

“Temos pacientes que fazem parte do projeto e com a realização de exames já observamos diversas melhorias. Uma delas que tomava remédio para pressão alta, teve a medicação suspensa devido sua melhora e outros efeitos positivos como a melhoria do colesterol dessas pacientes”, comenta a assistente social da Unidade Básica de Saúde Antônio Alves, Cláudia Itatiana.

 

Projeto Masterfitts

O projeto teve início com a visita do docente espanhol, Dr. Pablo Marcos Pardo, que veio à Unit para realizar um estágio pós-doutoral de pesquisa de curta duração no Programa de Pós-Graduação em Saúde e Ambiente – PSA, em parceria com os cursos de Educação Física, Gastronomia e Nutrição. Durante o trabalho, foram avaliados a dieta alimentar e composição corporal dos participantes do projeto.

Após os resultados obtidos em Sergipe, os idosos brasileiros serão comparados com os espanhóis por meio da tese de pós-doutoramento desenvolvida pelo professor Dr. Alejandro Rodriguez, da Universidade de Alicante, localizada na Espanha, e pelo professor doutor Hugo Xavier da Unit, pelo PSA.

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