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Saúde feminina é tema de live no encerramento do Mês da Mulher

Em uma conversa franca e sem arrudeios, o médico Almir Santana falou sobre métodos contraceptivos e autocuidado.

às 21h45
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No encerramento da série de lives em alusão ao Dia da Mulher, a Universidade Tiradentes promoveu, na quarta-feira, 31, a palestra “Saúde da Mulher”. O convidado foi o médico Almir Santana, coordenador do Programa Estadual de DST/Aids desde 1987, professor de Biologia desde 1982. Dr. Almir, foi o primeiro médico a aceitar atender pacientes com HIV/Aids em Sergipe.

O médico com especialização em Saúde Pública iniciou a palestra falando sobre o que é positivo e/ou negativo nos métodos contraceptivos. “Existem vários tipos de contraceptivos e alguns não oferecem nenhum tipo de segurança, inclusive são de alto risco para gravidez e, também para as Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST). Só existe um método que tem dupla proteção: o preservativo, masculino e feminina”, esclareceu.

Dr. Almir chamou a atenção para uma prática recorrente entre os adolescentes. “É um erro pensar que a ‘pílula do dia seguinte’ deve ser usada no dia seguinte ao ato sexual. Não é tão eficaz quanto se pensa. É para usar em situações excepcionais. O grande erro fazer uso como rotina”, explica.

Em uma conversa franca e sem arrudeios, o médico alertou sobre a combinação perigosa entre cigarro e anticoncepcional pois há risco do aumento de varizes, distúrbios circulatórios e de infarto. Explicou sobre os métodos de prevenção e a importância do diagnóstico precoce para ISTs.

“Toda pessoa sexualmente ativa, deveria fazer o teste pelo menos uma vez ao ano, casada(o) e solteira(o), sem exceção. O diagnóstico precoce é importante para o início imediato do tratamento e, consequentemente, mais qualidade de vida para o paciente. Antigamente, tínhamos 16 homens com diagnóstico de HIV para uma mulher infectada. Hoje, a proporção é de dois homens para uma mulher. O autocuidado é fundamental para os dois lados”, afirma.

O médico chamou atenção ainda para a violência. “Violência não é só brutal, do tipo de causar escoriações. Quando a mulher aceita ter uma relação sexual, sem vontade, isso também é violência”.

HIV e Sífilis

De acordo com Almir Santana, existem hoje, em Aracaju, cerca de 2 mil mulheres com HIV e 6 mil homens com o mesmo diagnóstico. Em 2020, houve a confirmação de 900 mulheres grávidas com sífilis.

“Esse é um número péssimo. Dessas 900, nasceram 500 crianças com sífilis. Isso porque não foi feito o pré-natal corretamente ou ainda se descobriu a doença e não foi feito o tratamento.  Chamo a atenção das mulheres que estão pensando em engravidar, para que antes convide o parceiro para fazer os exames. O diagnóstico do homem é importante”, ressalta.

O médico conta que acompanhou o início da epidemia de HIV, e que dedicou boa parte dos 40 anos de atuação profissional a essa luta.

“Quando o homem tem diagnóstico de HIV, na maioria dos casos, a mulher cuida, não separa, mas quando a mulher aparece com HIV, nem sempre ele cuida dela. A questão a AIDS na mulher tem um impacto muito maior”, salienta.

“Luto na tentativa de derrubar o preconceito. Tem muitas pessoas com HIV, esquecidas. É uma doença que predomina na pobreza, muita gente precisa de ajuda, por isso continuo esse trabalho, sabe Deus até quando!”, finaliza.

 

Assista em
https://www.youtube.com/watch?v=wFbjLulIYJI 

 

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