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Pandemia: trabalhador com baixa escolaridade foi drasticamente impactado


às 16h30
Maria Luísa: “Vamos continuar tendo necessidades de profissionais da área de serviço, mas esse trabalhador também precisa entender que é um momento de se aprimorar. De buscar expertise, novas habilidades”
Maria Luísa: “Vamos continuar tendo necessidades de profissionais da área de serviço, mas esse trabalhador também precisa entender que é um momento de se aprimorar. De buscar expertise, novas habilidades”
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A pandemia e a necessidade de reformulações no mercado exigiram adaptações e houve impacto em  diversos setores. Sem possibilidade de executar trabalho remoto, segmentos do setor de serviço, que concentra a maioria trabalhadores com baixa escolaridade, demitiu e fechou as portas para novas contratações.

Um estudo do Instituto Brasileiro de Economia e Fundação Getúlio Vargas-Ibre/FGV revelou que o impacto da pandemia foi maior entre os trabalhadores menos escolarizados, inclusive entre os formais. Para quem tem até 3 anos de estudo, a redução foi de 20,6% em comparação a 2019. Para os de nível de escolaridade entre 4 e 7 anos, 15,8%.  O percentual de 15,9% ficou entre pessoas com 8 a 14 anos de estudo.

“Para serviços de hotelaria, restaurantes, de limpeza, entre outros, houve redução. São áreas que não há como executar um trabalho remoto e, consequentemente, a maioria dessas pessoas com baixa escolaridade também não tem habilidade, para lidar com tecnologia. A pandemia agravou ainda mais essa diferença social que existe no país”, pontua Maria Luísa Teodoro, coordenadora do Unit Carreiras.

Para a especialista em empregabilidade, os trabalhadores domésticos, com e sem carteira de trabalho, foram os mais afetados.

“Antes da pandemia, tínhamos esses serviços funcionando e com demanda ampliada. Havia a necessidade de trabalhadores domésticos, serviços gerais em empresas, serviços de restaurante, hotelaria. Tudo isso funcionava muito bem, por mais que tivéssemos acesso à tecnologia, aplicativos de entrega. Isso porque tudo funcionava de forma presencial.  Com a pandemia foi preciso substituí-los de forma drástica por tecnologia”, explica.

De acordo com Maria Luísa, oportunidades de emprego têm surgido, porém muito específicas e que esse público com baixa escolaridade não consegue atender.

“O mercado tem demandado profissionais qualificados, principalmente, com a expertise em tecnologia”.

A especialista acredita que essa mudança de cenário, de fato, só vai acontecer a partir de duas frentes. “A primeira, obviamente, a partir do momento que a conseguirmos nos libertar dessa pandemia. A outra é a mudança de cenário no que diz respeito à conscientização desse público. Vamos continuar tendo necessidades de profissionais da área de serviço, mas esse trabalhador também precisa entender que é um momento de se aprimorar. De buscar expertise, novas habilidades”, conclui.

 

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