Um estudo realizado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) identificou que sete, a cada dez estudantes brasileiros de 15 anos de idade, não conseguem diferenciar o que é fato e o que são opiniões quando leem textos. O índice é de 67% e está acima do registrado em outros 79 países, que segundo o levantamento, é de 53%.
A análise fez um comparativo da alfabetização em meio ao mundo digital em que esses estudantes estão inseridos, onde as tecnologias favorecem a disseminação de grande volume de informação em formatos diferenciados. Essa dificuldade de diferenciar fatos de opiniões reforça a necessidade de envolver esses estudantes na aprendizagem de estratégias para detectar informações tendenciosas, notícias falsas e e-mails de phishing.
De acordo com o professor Anderson Teixeira de Souza, docente do curso de Pedagogia EAD, da Universidade Tiradentes (Unit Sergipe), alfabetização e letramento embora caminhem paralelamente, não correspondem às mesmas coisas. Eles são a base para uma educação construtiva, sendo que o letramento corresponde à interpretação, compreensão daquele código linguístico, favorecendo a reflexão. Hoje essa geração tem acesso à internet e à informação de forma muito rápida, mas por outro lado são poucos estudantes que estão de fato alfabetizados e letrados, digitalmente falando.
“Desta forma, observamos um grande volume de jovens que não conseguem diferenciar fatos de opiniões, ou seja, um acontecimento, uma informação a ser transmitida, de algo que perpassa por um pensamento deles, um posicionamento. Outro ponto, eles não checam as informações, não verificam se realmente são confiáveis e para que isso aconteça é preciso que a alfabetização e o letramento sejam estendidos. É preciso pensar e falar sobre isso, pois o aluno nesta Era Digital, precisa ter um olhar direcionado às Tecnologias da Comunicação, mas de uma forma que ele seja instigado a construir seus conhecimentos, através de uma visão crítica diante daquelas informações que estão ao seu redor”, evidencia o professor.
Desinformação
O estudo também destaca que a grande preocupação dos especialistas em Educação é que a desinformação leve à “polarização política, diminuição da confiança nas instituições públicas e falta de credibilidade na democracia”.
“Se nós tínhamos antes uma deficiência em relação à alfabetização e o letramento, imagina hoje em pleno século XXI onde muitos têm acesso à internet e a todo tipo de informação, e não tem maturidade para lidar com essas informações, além do preparo em relação à alfabetização e letramento na Era Digital. Por isso, é preciso que os professores de hoje estejam atentos a isso e estimulem aquele aluno para que ele venha a desenvolver uma visão cada vez mais crítica, buscando filtrar as informações que lhe chegam”, enfatiza o professor.
Asscom | Grupo Tiradentes