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Aula virtual mostra a cultura do São João a estudantes nos EUA

Professores do Grupo Tiradentes desenvolvem atividade virtual sobre as festas de São João para alunos de escolas públicas de uma das ilhas do estado de Massachusetts

às 22h16
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Uma aula de cultura e tradição a milhares de quilômetros de distância. Ela foi proporcionada aos alunos de escolas de Martha’s Vineyard, uma das ilhas ao sul de Massachusetts (Estados Unidos), por iniciativa do Grupo de Pesquisa Educação e Sociedade: sujeitos e práticas educativas (Gepes), formado pelo Programa de Pós-Graduação em Educação (PPED), da Universidade Tiradentes (Unit Sergipe), em parceria com a University of Massachusetts Boston (UMass Boston). Os estudantes americanos, brasileiros e descendentes tiveram a oportunidade de assistir a um vídeo que explica as tradições do São João de Sergipe e do Nordeste brasileiro. 

Segundo a professora Simone Silveira Amorim, integrante do PPED e responsável pelo Gepes, a oportunidade surgiu a partir de um pedido da diretora responsável pelas escolas públicas da ilha, conhecida por ser destino de veraneio dos ex-presidentes americanos Bill Clinton e Barack Obama. A comunidade local tem muitas famílias de imigrantes brasileiros e participa de muitas atividades de integração promovidas pelas escolas. “Eles estavam para encerrar o ano letivo e fazendo atividades culturais online. Uma das temáticas voltadas para o Brasil eram os festejos juninos. E aí, essa diretora entrou em contato comigo, perguntando se eu poderia ajudar no sentido de explicar para as crianças e os professores como se dá essa questão dos festejos juninos aqui no Brasil.”. 

A resposta veio em um vídeo de cinco minutos, produzido em português pelo Gepes. Nele, a integrante do grupo Hilary Marques faz uma exposição sobre as principais festas juninas realizadas em Sergipe e seus elementos culturais, música, brincadeiras infantis e comidas típicas. Entre esses elementos estão o Forró Caju, em Aracaju, e o Barco de Fogo de Estância, patrimônio cultural de Sergipe. O vídeo foi seguido de uma aula virtual, com a participação do professor Matheus Luamm, do curso de Pedagogia da Faculdade São Luís de França (FSLF), mantida pelo Grupo Tiradentes. 

Luamm também atua na Educação Básica e tem uma grande experiência na prática de contação de histórias para crianças, o que, para Simone, enriqueceu ainda mais a experiência. “Ele tem essa ação pedagógica voltada para a contação de histórias, essencial para lidar com crianças e manter a atenção delas, pois elas estariam participando do evento, sendo expostas a esse conhecimento cultural. Ele também trouxe a origem religiosa dos festejos juninos a partir dos santos, falou sobre o período em que as festas acontecem, a sequência em que ocorrem, porque esses festejos são realizados a partir do cultivo do milho, etc.”, disse ela. 

Para facilitar o entendimento dos estudantes, sobretudo os americanos, o São João do Nordeste brasileiro foi associado ao Thanksgiving Day (Dia de Ação de Graças), um dos principais feriados dos Estados Unidos, comemorado na terceira semana de novembro e que surgiu em Massachusetts, no Século XVII, com os primeiros colonos ingleses. “No Thanksgiving, eles se unem para celebrar a colheita. É o período de fartura em que a natureza provê às pessoas todos os recursos necessários à alimentação. É uma festa muito forte. Para que eles compreendessem a nossa ideia dentro dos festejos juninos e da cultura do milho, eu fiz essa conexão cultural”, explicou Simone. 

Ensino bilíngue

A atividade cultural envolvendo as escolas de Martha’s Vineyard está inserida no contexto do ensino bilíngue, que é obrigatório no sistema educacional de Massachusetts e garantido pela legislação estadual, que dá aos pais o direito de exigir para os filhos a ministração de aulas na língua de origem. Isso, aliado à grande presença de brasileiros e portugueses, garante que a língua portuguesa seja ensinada nas escolas locais juntamente com o inglês. O contexto inclui, ainda, um movimento que defende o idioma como elemento de identidade cultural dos imigrantes. 

“Muitas famílias têm perdido a tradição da língua. Os filhos não conseguem falar o português, nem conseguem se comunicar adequadamente. Isso tem sido um problema para ser resolvido pela Educação, no sentido de que as heranças culturais desses imigrantes sejam mantidas. E aí, a escola foi chamada a desenvolver ações que fortalecessem essa herança cultural. A partir desse pressuposto, eles têm desenvolvido algumas atividades, treinado os professores para isso e tido a preocupação de ter profissionais que sejam brasileiros e possam se comunicar com os alunos, ministrando aulas na língua de origem”, acrescenta a professora Simone.

Asscom | Grupo Tiradentes

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