“Não ignore seus sonhos porque eles são difíceis de realizar. Tudo tem um tempo e cada percurso que tomamos vai nos aproximar das realizações que um dia ansiamos. Numa história de sucesso, sempre têm muita dedicação e vontade envolvida; cada conquista é uma vitória e até as decepções acabam servindo para o nosso aprendizado e evolução”.
Esse depoimento cheio de motivação é da egressa do curso de Jornalismo da Universidade Tiradentes, Letícia Sobral, que em meio à pandemia, deu o primeiro passo para realizar seu sonho de viver em Budapeste. O que ela não imaginava era que, após garantir seu diploma em Jornalismo em 2011 pela Unit, se tornaria atriz pelo INDAC – Escola de Atores em São Paulo (SP), onde anos depois sentiria na pele o dissabor do isolamento social.
Depois de vivenciar a peça de teatro em que estava em cartaz ser forçada a fechar as cortinas sem previsão de retomada, Letícia e seu esposo, de família húngara, se movimentaram para colocar em prática um sonho que já compartilhavam juntos: o de viver na Hungria. Mas até chegar lá, um longo caminho foi traçado e muitos desafios vencidos.
Carreira
Antes de se formar em Jornalismo na Unit, Letícia chegou a ser aluna de Publicidade e Propaganda também na Unit. “Senti a necessidade de me aprofundar nas histórias depois de dois anos de Publicidade. Hoje me sinto uma publicitária/jornalista e atriz. Gosto do lado de pesquisa do jornalismo, da comunicação sensorial, da publicidade, e da possibilidade de unir tudo isso atuando e sendo o próprio veículo de ideias, informação e arte”, explica.
Por isso que as experiências que vivenciou na Unit têm um espaço cativo em sua trajetória. “Depois de atuar como atriz e comunicadora em agências de publicidade, hoje eu percebo como os conhecimentos que tive na Unit são necessários. Então, os caminhos que a gente percorre, com os cursos, eles sempre vão agregar na nossa trajetória, embora a gente mude o caminho. A gente não sabe, mas alguma conexão ou networking um dia vai abrir portas. O conhecimento é sempre fluido e vai agregando um ensinamento, um aprendizado e pessoas. Acredito muito na educação”, pontua Letícia, filha de professora e escritora.
Há pouco mais de um mês em Budapeste, Letícia revela que é justamente por meio de seus conhecimentos em Comunicação que tem conseguido tocar esse sonho ao lado de seu esposo, do outro lado do atlântico. “Desde o ano passado, quando os teatros fecharam, estamos trabalhando com marketing digital remotamente, como muita gente na pandemia. E assim pudemos nos reestruturar e colocar esse plano em prática. Encaramos vários percalços no caminho, passagens canceladas e estadias perdidas, por exemplo. Foi muita luta e precisamos movimentar muita energia para viver isso. Hoje, ganhamos em real mas a nossa vida, claro, é toda em moeda húngara. Este é só o início, estamos abertos a viver tudo isso”, conta.
Vivendo Budapeste
Hoje, Letícia revela que ainda não foi possível sentir saudades do Brasil, isso porque vive o encanto de estar tendo contato com uma cultura, sociedade e culinária totalmente distintas da sua de origem. A divergência de línguas ainda é uma barreira que pretende, em breve, ultrapassar para viver Budapeste.
“Estou encantada com tudo, as comidas, a história e a tranquilidade da cidade. São muitas novidades para lidar, sobretudo atravessar a barreira do idioma. Para você ter uma ideia, ir ao mercado se torna uma grande aventura. Ainda não deu tempo de sentir saudades do Brasil, mas estou prevendo que uma hora ela vai bater, meu palpite é que ela vem junto com o longo inverno. Atravessar a passagem das estações dessa forma também é uma novidade para mim, então, estou muito animada”, evidencia Letícia Sobral.
Aprofundar-se no conhecimento da cultura húngara, ao tempo em que busca agregar a cultura brasileira à sua atual realidade, é um de seus desafios.
“Tenho muita vontade de falar húngaro e decifrar o país, as pessoas e a cultura. Deixo uma frase que representa este momento tão singular, mas que vale por toda a vida: ‘Que a felicidade não dependa do tempo, nem da paisagem, nem da sorte, nem do dinheiro. Que ela possa vir com toda simplicidade, de dentro para fora, de cada um para todos. Que as pessoas saibam falar, calar, e acima de tudo ouvir. (Carlos Drummond de Andrade)’”, realça Letícia Sobral.
Por Dayvid Oliveira e Raquel Passos
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