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SPFW N52 trouxe moda genderless, diversidade, fetiches e o novo elegante

Desfile trouxe novos conceitos e corpos reais às passarelas, buscando chamar a atenção para a diversidade da beleza da população brasileira

às 15h00
Desfiles da edição 52 da SPFW destacaram corpos e estilos diferentes do padrão destacado até o momento pela indústria da moda (FFW/Fashion Bubbles)
Desfiles da edição 52 da SPFW destacaram corpos e estilos diferentes do padrão destacado até o momento pela indústria da moda (FFW/Fashion Bubbles)
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O naturalismo parece ter voltado à moda, principalmente nas passarelas. Vida real, corpos reais e pessoas reais estiveram presentes na São Paulo Fashion Week (SPFW) N52 e além dos bastidores, brilharam desfilando. Famosos e desconhecidos expostos e naturais mostraram-se como são, embora vestidos de marcas famosas. 

Além dos desfiles, a SPFW também conta com outros pequenos eventos de entretenimento dentro dele, como food trucks, shows, performances, pequenas lojas e oficinas. É uma oportunidade de ver, ser visto e mostrar seu trabalho para o mundo; independente da área, se está na SPFW é importante para a moda. 

Este ano, o evento contou com temas como diversidade, tecnologia, games, além de apresentações e desfiles que destacaram a presença de modelos diversos e de todos os gêneros, cores e tamanhos. Thaís Carla, ativista contra a gordofobia, é uma das modelos que desfilou na SPFW e afirmou ter se sentido real nas passarelas, representando “milhares de tipos de pessoas” e “uma infinidade de belezas” que existem hoje no Brasil. 

Por sua vez, Júnior Rocha, um dos criadores da marca Meninos Rei, que levou Thaís Carla para desfilar, afirma que “é de extrema importância ter o corpo gordo, travesti, uma cantora trans, um cadeirante”. E destaca que o cenário da moda precisa de diversidade, pois, para ele, “as pessoas não suportam mais alimentar esse regime que a moda instaurou no mercado, de que o aceitável é ser magro e branco, referências que não são nossas”. 

Corpos reais e fetiches foram mais evidenciados na SPFW, com estilistas trazendo uma leitura em tecidos sobre a teoria queer, brincando com os limites do binarismo e fazendo a plateia se perguntar o que é feminino ou masculino ao usar elementos tradicionalmente “femininos”, como o corset, a lingerie e a pérola vestindo corpos que podem performar o gênero que quiser. Mas esse movimento de fetiches genderless pode ser percebido nas passarelas desde 2019, quando a Moschino evocou o universo BDSM, utilizando látex e máscaras e palavras como “prazer” e “fantasia” em suas roupas. Este ano também ocorreu o mesmo na Met Gala com a forma icônica com que Kim Kardashian apareceu no evento. 

Como surgiu 

O São Paulo Fashion Week N52 (evento de número 52), aconteceu com um modelo híbrido de desfiles após dois anos em formato remoto, totalizando 23 desfiles remotos e 25 presenciais entre os dias 16 e 21 de novembro. 

A SPFW foi criada por Paulo Borges, quando ele foi contratado pela então chefe da revista Vogue, Regina Guerreiro, para ser seu assistente. Após dois anos trabalhando juntos, Paulo passou a se aventurar em produções de desfiles para marcas e comerciais televisivos, até virar o idealizador da SPFW. Em 1995, Paulo fechou parceria com a empresa Phytoervas para a realização de um evento de moda com criações 100% brasileiras

Esse evento, com o passar dos anos, se tornou a SPFW que conhecemos atualmente, com alto reconhecimento e desfiles em lugares de renome do país, como o Parque do Ibirapuera, o Teatro Municipal de São Paulo e o espaço ARCA, duas vezes ao ano. O desfile fashionista tornou-se um evento gigante e passou a ser frequentado por jornalistas, estilistas, fotógrafos, celebridades, modelos, blogueiros, compradores e convidados especiais de todos os lugares do mundo.

Asscom | Grupo Tiradentes
com informações do UOL e da CNN Brasil 

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