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Higienização bucal do brasileiro é insuficiente, diz IBGE

Além das cáries e do mau hálito, a saúde bucal tem influência direta no organismo humano e a falta de cuidado pode resultar em doenças

às 11h54
O cuidado com a saúde bucal reflete diretamente na saúde de todo o corpo e deve ser mantido desde cedo (Divulgação/SES-PE)
O cuidado com a saúde bucal reflete diretamente na saúde de todo o corpo e deve ser mantido desde cedo (Divulgação/SES-PE)
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O dia 25 de outubro marcou o Dia Nacional da Saúde Bucal, que busca conscientizar a população sobre a importância dos cuidados básicos com a boca, uma vez que os cuidados, além de prevenir doenças, podem refletir na saúde de todo o nosso organismo. Um cuidado essencial, que é ensinado desde a infância, mas nem sempre é seguido por boa parte dos brasileiros. Segundo uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Estatística e Geografia (IBGE), somente 53% dos brasileiros utilizam o fio dental, escova e creme dental, enquanto 89% realizam a limpeza menos de duas vezes por dia. 

São dados que reforçam a importância de incentivar a população a cuidar da boca. Para a professora Cristiane Costa da Cunha Oliveira, do curso de Odontologia da Universidade Tiradentes (Unit Sergipe), a importância de falar sobre a saúde bucal vem do “princípio da integralidade, considerando que deve haver políticas públicas que facilitem as escolhas saudáveis com o olhar ampliado, segundo os determinantes de saúde”, frisa.

Um estudo sobre a saúde bucal 

Esta tendência já aparecia em 2010, no último relatório SB Brasil, que investiga a saúde bucal da população brasileira. Ele mostrou que 23,5% de idosos entre 65 a 74 anos não usavam algum tipo de prótese dentária superior, sendo o maior percentual (31,4%) na Região Nordeste, e o menor (16,5%), na Região Sul. “Estes resultados eram compatíveis com o modelo anterior de saúde bucal centrado na doença e no tratamento curativo ao invés do modelo de Promoção da Saúde”, ressalta a professora.

Apesar desse dado, a mesma pesquisa mostrou uma queda aparente da incidência de cárie dentária no Brasil, sobretudo entre a população mais jovem: 46,6% das crianças de 5 anos estavam livres de cárie na dentição decídua (dentes de leite) e, 43,5% com a mesma condição aos 12 anos, na dentição permanente. Na faixa entre 15 a 19 anos, a população livre de cárie caiu para 23,9%, sendo ela de 0,9% entre os adultos de 35 a 44 anos e de 0,2% nos idosos entre 65 a 74.

Principais problemas

Os cuidados com a saúde bucal, ou a sua ausência, trazem impactos diretos à saúde geral do ser humano. Além do mau hálito e das cáries, demais incômodos e dolorosos problemas podem surgir e comprometer uma boa qualidade de vida. A professora destaca, entre os principais problemas, a presença de doenças nas gengivas (periodontais) e de bactérias nas cáries, as quais podem facilitar o surgimento de doenças cardiovasculares.

“A perda dentária resultante das doenças bucais, caso não ocorra rápida reabilitação, pode levar a dificuldades para mastigar, má oclusão dentária e distúrbios na articulação têmporo-mandibular com dores de cabeça e zumbido no ouvido”, explica Cristiane, que também relaciona a falta de higiene bucal aos casos de câncer na boca. “Ele pode ocasionar grandes perdas para saúde geral, desde comprometimento estético e funcional da cabeça e pescoço, chegando ao maior grau de severidade que é a mortalidade por esta causa”, frisa ela, que recomenda, além da escovação correta dos dentes e do uso de fio-dental, uma visita semestral ao cirurgião-dentista.

“A pandemia da COVID-19 também trouxe o enfoque maior para a importância da higiene bucal, porque houve a necessidade de realizar uma limpeza correta da língua e dos dentes, inclusive dos molares mais próximos à faringe para prevenção do agravamento dos quadros da doença”, salienta Cristiane.

Asscom | Grupo Tiradentes

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