Comentários pejorativos, críticas e desqualificações podem magoar profundamente algumas pessoas, a ponto de a autoestima e a saúde mental sofrerem impactos. Especialistas explicam que o desenvolvimento do controle das emoções deve ser iniciado na infância para que quando adulto, o indivíduo seja resiliente o suficiente para superar as dificuldades.
Segundo a professora do curso de Psicologia da Universidade Tiradentes (Unit), doutora Tatiana de Carvalho Socorro, algumas pessoas podem ser afetadas, enquanto outras, não. “Existem pessoas que sabem lidar melhor com a desaprovação e o sarcasmo alheios porque a personalidade delas na infância foi construída a partir de necessidades emocionais básicas que foram supridas na infância por meio de vínculos saudáveis”, explica.
Dentre essas necessidades, a professora destaca a aceitação, acolhimento afetivo e conexão. “Necessitam, ainda, que sejam protegidas quando estiverem se sentindo vulneráveis e confortadas quando assustadas. Adultos que não tiveram essas necessidades supridas na infância acreditam que não se adequam à sociedade e que não são bons o suficiente”, afirma.
“Outras necessidades que precisam ser supridas são a liberdade de expressão e emoções válidas. Os pais ou responsáveis precisam evitar expectativas exigentes de como deveria ser o temperamento da criança e aceitar a forma como ela reage, tentando acolher suas reações emocionais. Quando essa necessidade é atendida, a criança aprende a regular suas emoções e passa a confiar na própria capacidade de lidar com emoções negativas”, assegura a doutora.
Quando as necessidades não são atendidas e os comentários pejorativos fazem com que a pessoa se sinta inferior e tenha dificuldade em gerenciar as emoções. “Como estratégia para superar estas dificuldades, recomenda-se que competências socioemocionais sejam desenvolvidas, tais como resiliência, regulação emocional e comunicação assertiva. Para tanto, torna-se imprescindível obter um autoconhecimento de si”, orienta.
“Se as críticas e comentários jocosos afetam as relações interpessoais, a vida acadêmica e/ou profissional da pessoa, bem como ela não tem um autoconhecimento de si, é imprescindível a ajuda de um profissional da área, como um psicólogo, pois ele pode auxiliar no sentido de superar situações adversas, a colocar limites no outro, e nas situações, bem como a gerenciar suas emoções”, destaca Tatiana.
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