A sociedade vive em um ritmo frenético e por isso não consegue, muitas vezes, criar uma rotina em que contemple todas as áreas da vida. Quando é necessário cuidar da saúde e ter bons hábitos, o foco é dado à saúde física e a mental é deixada de lado.
Para a psicóloga e professora Luciana Andrade, do curso de Psicologia do Centro Universitário Tiradentes (Unit Alagoas), promover a saúde mental implica exatamente em promover condições para que a pessoa consiga construir um sentido para si. Para isso, é preciso promover bons hábitos, como priorizar as horas de sono, realizar a prática do exercício físico e fazer terapia.
“Um sono é uma condição humana, na qual desfrutamos do descanso, da restauração e do prazer propiciado pelo dormir. O exercício entra nesse composto por toda a sensação de bem-estar que ele proporciona regulando os hormônios e trazendo vigor. Já a terapia, coloco como espaço de endereçamento para quem eu quero falar, o que eu quero falar e permitir fazer uma travessia com todas as dores, frustrações e descobertas que isso pode trazer”, descreve Luciana.
A professora considera que, para desenvolver a saúde mental, não basta ter a felicidade, pois ela pode se tornar trivial. Para ela, o que as pessoas precisam é ter uma vida mais interessante, e o ponto exato para isso é perceber e sentir a vida em sua forma mais intensa, com as dores, as alegrias, as frustrações e as perdas.
“Uma carga de preconceitos ainda existe quando falamos em cuidar do que nos causa dor na alma, o que significa falar sobre o que nos faz sofrer. Percebemos, infelizmente, que ainda é sinônimo de fraqueza ou de incapacidade cerebral ou incapacidade de a pessoa administrar ou controlar os sentimentos”, complementa ela.
Luciana Andrade define a saúde mental enquanto conseguir meios de vivenciar uma situação da melhor forma possível. “Temos que criar um sentido para cada situação e vivenciar da melhor forma possível. Vale ressaltar que vivenciar da melhor forma não é deixar de vivenciar a dor. Talvez seja a dor, e percebê-la em toda a sua complexidade, que será possível pensarmos em saúde mental”, afirma.
Asscom | Grupo Tiradentes