O curso de Educação Física da Universidade Tiradentes (Unit) promoveu nesta quinta-feira, 30, no Auditório Padre Arnóbio (Campus Farolândia), duas palestras com nomes bastante experientes no futebol brasileiro. O ex-jogador Washington Cerqueira, conhecido como “Coração Valente” e ídolo de times como São Paulo, Ponte Preta, Athletico Paranaense, Fluminense (onde foi campeão brasileiro de 2010) e Fenerbahçe (Turquia), falou sobre suas vivências profissionais e pessoais nos gramados e fora dele. Já o médico do esporte Diogo Cristiano Netto, coordenador geral do projeto CBFS Academy, ligado à Confederação Brasileira de Futsal (CBFS), apresentou as competências e habilidades mais exigidas atualmente dos profissionais que atuam no mercado de trabalho esportivo.
“A presença de Washington como ex-atleta, jogador de sucesso, trazendo a experiência dele de vida, conta muito para agregar conhecimento para os alunos, não só o técnico, mas para a vida mesmo. E Diogo é um profissional que é doutor em medicina do esporte e também já foi consultor de outras esferas da CBF, da própria FIFA e da Conmebol. São referências que vêm agregar muito aqui na formação dos alunos de Educação Física e também, de forma geral, nos alunos da instituição, A gente está até dizendo que quem está hoje aqui vai sair diferente”, disse o professor Antenor de Oliveira Silva Neto, do curso de Educação Física.
Diogo Netto falou também suas experiências como instrutor, médico, dirigente e consultor em clubes e instituições ligadas ao futebol, orientando os alunos a desenvolverem cada vez mais as suas habilidades interpessoais, chamadas de soft skills, como flexibilidade, tomada de decisões, negociação, inteligência emocional, criatividade e gestão de pessoas, entre outros. “São habilidades preconizadas pela ONU, e diferenciadas ao longo da carreira das pessoas. Se cada pessoa tiver isso bem desenvolvido, será um profissional diferenciado no mercado de trabalho, independente da área em que ele atua”, afirmou.
O consultor falou ainda sobre o CBFS Academy, que realiza atividades de formação e qualificação de técnicos e profissionais para atuar no futsal brasileiro. “Tem muita demanda para o profissional que quer mergulhar nesse ramo. Nós criamos seis escolas: as de gestão, liderança e negócio, escola técnica, saúde e performance, iniciação, e inovação tecnológica. São áreas primordiais para o desenvolvimento do futsal em todo o âmbito nacional. Temos como objetivo capacitar os profissionais, desde iniciantes até profissionais já formados, em diferentes áreas do futsal, explica, adiantando que, a partir do ano que vem, a confederação vai fazer em Sergipe a emissão de licenças para treinadores de futsal de crianças e adolescentes, os quais devem ser devidamente formados em seus cursos.
Jogo da vida
Já a palestra de Washington teve o sugestivo nome de “Jogo da Vida” e contou como foi a carreira dele como jogador, desde o surgimento em Brasília (DF), onde nasceu, até sua aposentadoria, aos 35 anos. Além de se destacar como um eficiente centroavante, chegando a ser artilheiro da Copa do Brasil de 2001, ele ficou mais conhecido pela superação de um drama pessoal: em 2003, quando jogava na Turquia, Washington sofreu uma lesão cardiovascular, passou por cirurgia e foi aconselhado a abandonar a carreira. No entanto, ele voltou a jogar em 2004 pelo Athletico/PR, foi artilheiro do Brasileirão com 34 gols e ganhou prêmios como melhor atacante, a exemplo da Bola de Ouro concedida pela revista Placar.
“A gente tem uma experiência de vida para mostrar para eles o quanto é tão difícil a sua carreira depois como jogador. É uma história de superação, desafios, dificuldades, querer crescer na sua profissão, independente de qual profissão esteja. Então, é uma história de vida que aconteceu comigo que cabe muito essa informação para eles, essa história de poder superar as dificuldades e quando acontecer algum problema a gente está sempre preparado para superar e conseguir conquistar. Então, o jogo da vida é justamente isso: Colocar a nossa vida em ordem com os desafios que ela apresenta para nós”, destaca Washington.
Para o ex-atleta, que atualmente mora em Aracaju e dirige o Soccer Camp, um projeto de aperfeiçoamento da prática do futebol, a experiência com a superação de problemas extracampo agregam ainda mais conhecimentos e habilidades aos futuros profissionais de Educação Física, independente de ele atuar como preparador físico, como treinador, como instrutor de academia ou mesmo como professor de escolas do Ensino Fundamental.
“A minha vida como atleta foi muito isso: trabalhar os resultados, e o profissional também. Ele tem todos esses desafios, e a gente procura mostrar para eles que a nossa carreira, o nosso desafio, principalmente no esporte e com a educação física, tem muito isso: superação. É mostrar para eles também que a vida sempre precisa de estar muito motivado para poder superar as dificuldades”, aconselha Washington.
Alunos
A presença dos palestrantes despertou o interesse dos estudantes de Educação Física, incluindo os muitos que já atuam em atividades ligadas à prática do esporte mais popular do país. “Dentro da área da educação física, eu preferi o lado mais voltado para o futebol, da análise tática e de desempenho. Vendo que o Washington vivenciou muitas conquistas dentro do futebol, entendi que ele pode agregar bastante para mim e para o segmento na carreira. Eu posso trabalhar fisicamente, tecnicamente e taticamente, sendo profissional de educação física”, disse o aluno Arthur de Oliveira Machado, do quarto período.
Este foi o mesmo interesse de Diogo Henrique Andrade da Silva, que está no terceiro período de Educação Física. “São caras que vivenciam o âmbito do futebol. A nossa área é muito ampla, é muito variável, a gente tem vários polos para se distribuir. Espero que isso nos mostre o caminho a ser levado sobre o futebol, sobre a maneira de a gente conduzir nossa carreira profissionalmente, administrativa também”, avaliou.
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