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Egresso do PPED participa de comissão do Inep sobre avaliação de cursos técnicos 

Estudos e tese sobre avaliações em larga escala permitiram ao professor-doutor Jacques Fernandes a aprovação em dois concursos públicos e o convite para participar do grupo de docentes formado pelo Inep

às 21h57
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A qualidade da formação dos cursos de pós-graduação stricto sensu contribui para o surgimento de profissionais de excelência, que se destacam no meio acadêmico e profissional. Um deles é o professor-doutor Jacques Fernandes Santos, egresso do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPED) da Universidade Tiradentes (Unit). Atual docente convidado do PPED e professor titular da Universidade do Estado da Bahia (Uneb) e do Instituto Federal de Educação de Alagoas (Ifal), ele foi um dos docentes convidados para compor uma comissão técnica formada recentemente pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), autarquia ligada ao Ministério da Educação (MEC).

A equipe de professores se reuniu entre os dias 10 e 14 de junho na sede do Inep, em Brasília (DF), e trabalhou no desenvolvimento de um instrumento nacional de avaliação de cursos e instituições das áreas técnicas e tecnológicas em todo o país, a exemplo do que já acontece com os sistemas nacionais de avaliação da Educação Superior (Sinaes) e das Escolas de Governo (Saeg). 

“Foi uma ampla formação para os atuais avaliadores, que conheceram a política nacional de educação profissional e tecnológica, e depois, fomos convidados a contribuir com o desenvolvimento do instrumento de avaliação, pensando em modelos, moldes, questões e perspectivas desejadas nesta que será a primeira avaliação em larga escala das áreas técnica e tecnológica do Brasil”, relata Jacques, pontuando que esse instrumento será aplicado para todos os estudantes dos cursos profissionalizantes, a fim de averiguar o grau de conhecimento de cada um deles após sua formação. 

“O principal objetivo do instrumento de avaliação é verificar o grau e o índice de qualidade da formação profissional no Brasil, pública e privada, e contribuir para a elevação do nível e qualidade dessa formação, tão importante para o universo do trabalho, e tão buscada nos últimos anos, permitindo uma educação de qualidade e comprometida com o desenvolvimento profissional e humano dos estudantes. Isso é importante para que exista um acompanhamento profundo do Ministério da Educação sobre o perfil do egresso dos cursos profissionalizantes e tecnológicos, garantindo que estes segmentos também tenham amplo olhar da Política Nacional de Educação e suas variantes”, explica o professor. 

Esta é a primeira etapa do trabalho desenvolvido pelo Inep, que ainda irá fazer vários testes, simulações e avaliações do instrumento desenvolvido pela comissão de docentes. Ainda não há uma previsão confirmada sobre quando esse sistema de avaliação para o ensino técnico e tecnológico irá entrar em vigor, mas o objetivo do MEC é chegar a um instrumento amplo, robusto e capaz de mensurar a qualidade da formação nos aspectos técnico e humano. “O maravilhoso é termos a oportunidade de fazer parte da construção deste novo instrumento, fundamental para a política de formação no Brasil”, comemora.

Experiência adquirida

O convite a Jacques para a comissão surgiu após uma investigação curricular do Inep sobre os docentes da rede federal que tinham perfil para a função, seguida de uma confirmação e indicação oficial apresentada pela reitoria do Ifal. O critério levado em conta para escolha de seu nome foi a experiência em processos de avaliação em larga escala e em instrumentos de avaliação. O professor atribui essa experiência ao doutorado em Educação no PPED, que ele cursou entre 2018 e 2022. Durante esse período, ele participou do Grupo de Pesquisa Docência, Avaliação, Currículo e Contemporaneidade (GPDACC), chefiado pela professora-doutora Andrea Karla Ferreira Nunes. E foi através deste grupo que ele conheceu e se aprofundou no conceito de Avaliação em Larga Escala.

“Aqui na Unit, eu tive acesso a uma formação sólida sobre parâmetros e indicadores educacionais. É tanto que, após minha formação, continuei atuando com avaliação em larga escala na Rede Federal de Educação, colaborando com as comissões. Foi através deste movimento que tive a honra, agora, de ser convidado pelo Inep. Ou seja, sem a Unit, jamais teria conhecido e me tornado um pesquisador de Avaliação em Larga Escala. Devo muita gratidão ao Grupo de Pesquisa, e à minha orientadora, que junto com o PPED/Unit, foram determinantes para que hoje estivesse no grupo dos melhores avaliadores de larga escala do Brasil”, destaca o egresso.

O conceito de Avaliação em Larga Escala também foi aplicado em sua tese de doutorado, sobre o processo de infoinclusão na Rede Federal de Educação, tomando como base a atuação do Ifal nos campi do sertão de Alagoas. De acordo com Fernandes, esse conceito foi fundamental para poder entender como os recursos tecnológicos eram (e ainda são) aplicados nas unidades da Rede IF. “Foi a primeira vez que um pesquisador conseguiu fazer esta análise em nível nacional. Até hoje os dados e resultados que obtive em minha tese são usados para a política nacional de infoinclusão, e colaboram para uma divisão mais justa dos instrumentos tecnológicos no Brasil”, diz o autor, que prosseguiu com as pesquisas e estudos sobre a avaliação em larga escala. 

Em dose dupla

Esta não foi a primeira conquista alcançada por Jacques após o término do doutorado na Unit. O professor-doutor conseguiu ser aprovado em dois concursos públicos para o cargo de professor titular, sendo um no Ifal e outro na Uneb, e tornou-se servidor público efetivo das duas instituições. Atuelmente, ele é lotado no campus da Ifal em Santana do Ipanema (AL) e no da Uneb em Paulo Afonso (BA), onde é titular do Programa de Pós-Graduação em Ensino no Semiárido Baiano (PPGESA/Uneb). As duas convocações para assumir os cargos saiu exatamente 30 dias depois que a tese foi defendida – e aprovada – no PPED. 

Jacques conta que estudou para os concursos durante o processo de pesquisa e elaboração da tese, o que foi importante para assimilar o conteúdo cobrado nas provas das duas instituições públicas, que era exatamente o mesmo do doutorado. Foi o que ele mesmo definiu como “uma overdose de conhecimento e pesquisas”, em um programa avaliado com a nota 5 da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes)

“Ao mesmo tempo que fazia o Doutorado, foi a melhor época para também fazer concurso, pois estava com tudo fresquinho em minha mente. O Doutorado na Unit é extremamente puxado, exigente, não é fácil de fazer. Quando estudei aí, nunca li tantos livros ao mesmo tempo em minha vida. Foi difícil, mas todo o esforço valeu muito a pena, pois os frutos vieram logo em seguida”, diz o professor, celebrando o convite do Inep como o coroamento de uma carreira que, certamente, ainda terá muitas outras conquistas pela frente.  

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