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Estudante de Biomedicina explora potencial anticancerígeno da própolis vermelha 

A pesquisa desenvolvida busca inovar o tratamento contra o câncer ao utilizar nanopartículas de sílica para transportar e liberar substâncias da própolis vermelha, ampliando sua eficácia terapêutica

às 20h47
Giulliana Amado- estudante do 8º período de Biomedicina da Universidade Tiradentes
Giulliana Amado- estudante do 8º período de Biomedicina da Universidade Tiradentes
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A iniciação científica (IC) é uma oportunidade decisiva para estudantes de graduação que desejam ingressar no mundo da pesquisa. Além de complementar a formação acadêmica com experiências práticas, a IC abre portas para uma carreira na ciência, oferecendo aos alunos uma visão mais ampla do processo de investigação e desenvolvimento tecnológico. No caso da aluna do 8º período de Biomedicina da Universidade Tiradentes (Unit), Giulliana Amado, a IC se tornou uma ponte crucial para seu futuro acadêmico. 

Sob a orientação da professora Drª Juliana Faccin e dos doutores Marília Oliveira e Klebson Silva, Giulliana está desenvolvendo um projeto dentro do Laboratório de Síntese e Cromatografia (LSINCROM) do Instituto de Tecnologia e Pesquisa (ITP), intitulado “Síntese de Nanopartículas de Sílica Modificadas com Moléculas Anticancerígenas Naturais”. 

O objetivo principal da pesquisa é investigar se o extrato de própolis vermelha de Alagoas (EPV) pode ser eficientemente absorvido pelas nanopartículas de sílica e, a partir disso, caracterizar essas interações, verificando seu potencial anticancerígeno. “Estamos analisando como o extrato interage com as nanopartículas e verificando se há algum potencial anticancerígeno”, explica Giulliana, destacando o foco experimental do estudo.

Como funciona

O EPV, conhecido por suas propriedades antioxidantes, também tem sido alvo de pesquisas que indicam seu uso no tratamento de feridas dérmicas, queimaduras, além de suas ações antiparasitárias e bactericidas. “Esperamos ampliar o uso para extratos de plantas, mas até agora, nosso foco tem sido a própolis vermelha”, comenta Giulliana, detalhando o processo de extração do composto através de extração líquida pressurizada (PLE) e banho ultrassônico.

Imagine que a própolis vermelha é um remédio tradicional com propriedades que podem ajudar a combater o câncer. Ao ser colocada dentro dessas nanopartículas, a própolis pode ser direcionada exatamente para onde é mais necessária no corpo, aumentando seu efeito, protegendo-a até chegar ao destino correto e, potencialmente, melhorando os resultados terapêuticos. Além disso, essas nanopartículas são ajustadas para liberar a substância de forma controlada, permitindo que a pesquisa investigue se a própolis pode realmente ajudar a combater células cancerígenas com mais eficácia.

Embora o estudo ainda esteja em desenvolvimento, Giulliana adianta que alguns dados promissores serão divulgados na revista do Simpósio de Inovação e Tecnologia (SIINTEC X). “Estamos avançando, e logo divulgaremos nossos primeiros resultados”, antecipa ela. Esse tipo de pesquisa, além de seu potencial científico, pode gerar inovações no tratamento de diversas condições, principalmente na medicina regenerativa e no desenvolvimento de novos tratamentos anticancerígenos.

Escolha do tema e o impacto na carreira

Para Giulliana, a escolha desse tema foi natural, dado que o EPV já era utilizado em projetos anteriores no laboratório. No entanto, seu projeto envolvendo nanopartículas é único, o que lhe permitiu explorar novas fronteiras no campo da biomedicina. “Sempre fui curiosa e, para mim, ver a ciência acontecer diante dos meus olhos e contribuir para o avanço do conhecimento é gratificante”, relata.

A iniciação científica desempenhou um papel fundamental em sua formação. Segundo Giulliana, a IC proporcionou oportunidades que ela não teria apenas com a graduação. “A iniciação científica me abriu portas para muitas oportunidades e muito conhecimento que a faculdade sozinha não consegue proporcionar”, reflete ela, destacando a importância dessa experiência para sua trajetória acadêmica.

Além disso, o projeto está vinculado diretamente ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Processos (PEP) da Unit, que oferece suporte técnico e acadêmico. Essa sinergia entre graduação e pós-graduação é fundamental para o sucesso de projetos como o dela. Através da orientação de pesquisadores experientes como Dra. Juliana Faccin e do acesso aos laboratórios de ponta, como o LSINCROM, a pesquisa pode alcançar resultados mais precisos e relevantes.

Contribuição da Unit e os próximos passos

A Universidade Tiradentes foi o cenário onde Giulliana consolidou seu interesse pela ciência. “Todo o conhecimento que adquiri nesses anos veio da Unit. Fiz estágio extracurricular no laboratório escola da universidade, participei de iniciação científica no ITP e, claro, faço minha graduação aqui”, afirma, sublinhando a importância da instituição em seu desenvolvimento acadêmico. O suporte oferecido pelos laboratórios e pelos programas de iniciação científica da Unit contribuiu diretamente para seu crescimento como pesquisadora.

O próximo passo de Giulliana, após sua formatura em junho de 2025, é dar continuidade à sua linha de pesquisa em um programa de mestrado. “Pretendo seguir na carreira acadêmica, começando meu mestrado assim que me formar. Continuarei pesquisando e aprendendo. A ciência é uma porta para um conhecimento infinito, e estou pronta para atravessá-la”, revela ela, indicando que suas experiências na IC consolidaram seu desejo de seguir carreira na ciência.

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