Quando se fala em atividade física ou em academia de ginástica, muita gente pensa imediatamente em exercícios de musculação, puxando ou levantando pesos e engrenagens de ferro. Estes exercícios são considerados fundamentais para o fortalecimento do corpo humano, principalmente de seu equilíbrio e de suas funções. E são o carro-chefe das mais de 32 mil academias de ginástica existentes hoje no Brasil, segundo dados da empresa de inteligência de vendas Cortex.
A musculação é definida como um tipo de exercício resistido, caracterizado pelo uso de sobrecargas (como halteres, barras, máquinas ou o próprio peso corporal) para gerar tensão muscular e promover adaptações específicas nos músculos. “Diferentemente de atividades aeróbicas, que priorizam o sistema cardiorrespiratório, a musculação é focada no aumento da força, resistência e hipertrofia muscular. Ela permite ajustes precisos de carga e intensidade, possibilitando um controle individualizado dos estímulos aplicados”, explica Marcelo Mendonça Mota, doutor em Ciências da Saúde e professor assistente dos cursos de Medicina e Educação Física da Universidade Tiradentes (Unit).
Diversas pesquisas científicas apontam dois tipos de benefícios proporcionados pela musculação. O primeiro favorece a saúde do corpo, por meio do aumento da massa muscular, do fortalecimento ósseo (que ajuda na prevenção de osteoporose), da melhoria da força, do aumento do metabolismo basal e do aprimoramento da postura e equilíbrio. Já no outro tipo, os benefícios são para a saúde mental, através da melhora da melhoria da autoestima, da redução do estresse e ansiedade, e da promoção do bem-estar geral.
Segundo Marcelo, os treinamentos de força são indicados para todas as idades, mas desde que sejam adequados e adaptados a protocolos específicos que respeitem as particularidades de sua faixa etária e condição física. “Não existe uma ‘janela de idade’ que restrinja o início ou a prática da musculação, mas sim a necessidade de um acompanhamento adequado, especialmente no caso de crianças, adolescentes e idosos. Quando supervisionada e orientada por profissionais qualificados, a prática de musculação é segura para crianças e adolescentes”, orienta, alertando que sobrecargas inadequadas ou falta de técnica na execução dos exercícios podem prejudicar o desenvolvimento do sistema muscular, causando lesões ou interferindo no crescimento ósseo.
“O treinamento de força para jovens deve priorizar o desenvolvimento da coordenação, equilíbrio e fortalecimento, evitando cargas excessivas”, aponta Mendonça, destacando que a falta de progressão gradual e de adaptação a cada exercício é um erro comum de boa parte das pessoas ao introduzir a musculação em suas rotinas. “Muitas pessoas iniciam a musculação com cargas altas ou executando exercícios complexos sem ter a técnica adequada, o que pode causar lesões. Outro erro é a falta de planejamento e constância, que são essenciais para obter resultados e evitar o excesso de treino ou o desânimo”, aponta Marcelo.
Apesar de não haver uma “janela de idade” e nem nenhum momento específico para a introdução da musculação, o interessado deve fazer todo o processo com a devida orientação especializada. “A orientação principal é buscar a supervisão de um profissional de Educação Física, que possa desenvolver um programa personalizado e seguro. A individualização do treino, com uma progressão adequada de intensidade e ênfase na execução correta dos movimentos, é fundamental para maximizar os benefícios e evitar lesões. A musculação pode ser introduzida a qualquer momento, desde que haja uma avaliação física e um programa de treinamento adequado ao nível de condicionamento e aos objetivos pessoais do praticante”, conclui.
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