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A diversidade como meio de promoção da inclusão na sociedade

A diversidade é a pluralidade com a finalidade de promover a inclusão dos diferentes em um espaço, ou seja, uma sociedade mais justa para todos os seres humanos

às 18h08
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A palavra diversidade vem sendo citada, cada dia mais, nos vários contextos da vida em sociedade. Pode ser nas relações pessoais, empresariais e até mesmo como nomenclatura para cargos em instituições. É certo que a diversidade é algo plural, múltiplo, com representações não semelhantes umas das outras. Porém, nem sempre a implementação da diversidade nos ambientes é alcançada.

A professora doutora Vivianny Galvão, do Programa de Pós-Graduação em Sociedade, Tecnologias e Políticas Públicas (Sotepp) do Centro Universitário Tiradentes (Unit Alagoas), define diversidade a partir do campo dos direitos humanos e da Agenda 2030 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas. “A diversidade é a pluralidade cultural, racial, étnica, social, religiosa, de gênero, política inserida nas bases do respeito, da tolerância, do diálogo e da cooperação”, afirma. 

Vivianny acredita que não exista mudança do que é diversidade, a depender do ambiente em que ela quer ser implantada, já que ela faz parte da construção de consensos. “Contudo, o que muda, a depender do ambiente, são as ações adotadas para atingir níveis mais elevados de diversidade. A diversidade é uma finalidade, uma meta, por assim dizer. Logo, se tenho um ambiente de convivência situado em um local de grande desigualdade social, por exemplo, é provável que este ambiente precise implementar medidas afirmativas a fim de se tornar mais socialmente diverso”, explica.

Vale ressaltar que a diversidade caminha junto com a inclusão e se ligam a partir do contexto social, ou seja, quanto maior a inclusão, maior a diversidade.  “Um ambiente diverso e inclusivo que permita a participação de todos, que garanta igualdade em pontos de partida, que crie espaços de diálogo e cooperação, é um ambiente que amplia o exercício da cidadania e que concretiza o que se sonhou com a declaração dos direitos humanos. Uma sociedade mais justa e mais digna para todos os seres humanos”, destaca a professora doutora.

Promover a diversidade está tão em alta nas corporações que, em algumas delas foi criado a função de gestor de diversidade e inclusão (D&I), com a principal função de promover a efetivação da inclusão de todos. “A multiplicação de gestores de D&I é um movimento importante para se reconhecer os desafios para promover a diversidade e a inclusão. É uma carreira bastante interdisciplinar que tem grande potencial para construir as pontes necessárias”, diz Galvão.  

Abertura para o diálogo

Ter um ambiente diverso não pode ser pensado apenas para cumprir uma obrigação. “Para existir um diálogo real sobre as diferenças (ou diversidades, aqui) é preciso antes de tudo que os sujeitos estejam em posição de igualdade de fala. Acredito que quanto maior a desigualdade, maior a resistência para se promover a diversidade. Se o ambiente em questão é pouco diverso e se há o consenso de que a diversidade e a inclusão são finalidades legítimas – e são – para construir a sociedade que sonhamos, as cotas são instrumentos importantes para alcançarmos esse fim”, enfatiza a pesquisadora.  

O fato de vermos cada dia mais a preocupação com a diversidade e com a inclusão, pode parecer que a sociedade está avançando para um viver igualitário. Porém, é preciso cautela. “Posso afirmar com segurança que este não é, de modo algum, um caminho linear. Os avanços muitas vezes também são acompanhados de retrocessos e as ações de ampliação da diversidade e da inclusão sofrem grande resistência. O caminho é longo, mas cada vitória deve ser motivo de esperança”, conclui ela.

Asscom | Grupo Tiradentes

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