Todos os anos, milhares de estudantes se preparam para encarar uma maratona de questões e testar seus conhecimentos, que podem valer a vaga de um curso superior em uma universidade de renome. Trata-se do vestibular, principal entre os vários formatos de ingresso previstos pela Lei de Diretrizes e Bases (LDB). Por muitos anos, ele foi adotado pela maioria das faculdades e universidades públicas e particulares, servindo de inspiração para a criação do próprio Enem (Exame Nacional do Ensino Médio).
Suas origens remetem ao início do século XIX, na França, quando o então imperador Napoleão Bonaparte instituiu o chamado Baccalauréat, uma prova de admissão para os alunos que concluíam o ensino dos liceus. Tais exames preparatórios foram adotados no Brasil, inicialmente, com a criação da Escola de Cirurgia da Bahia, em Salvador (BA), em 1808; e das faculdades de Direito de Olinda (PE) e de São Paulo (SP), em 1827. Naquela época, para ingressar nos cursos dessa e de outras academias, o candidato precisaria ter, além da aprovação no teste, ter a idade mínima de 16 anos.
Os exames de admissão no ensino superior se tornaram obrigatórios em 1911, com a promulgação da Lei Rivadávia (referência a Rivadávia Correia, ministro da Justiça no governo Hermes da Fonseca). Nessa época, a prova tinha duas etapas, sendo uma oral e outra escrita e dissertativa. Em 1915, com o surgimento do ensino secundário, foi adotado oficialmente a palavra vestibular, derivada da palavra vestibulum (entrada, em latim).
A LDB de 1961 determinou que todos os cursos de grau médio poderiam garantir acesso ao Ensino Superior, o que aumentou ainda mais a concorrência nas universidades públicas, além de impulsionar a criação dos cursinhos pré-vestibular e o aumento das faculdades e universidades particulares. Na mesma época, houve tentativas de unificação das datas e dos formatos de vestibular em todas as universidades federais do país. Uma delas foi a criação da Comissão Nacional do Vestibular Unificado, em 1970.
O modelo de provas mais adotado, que vigora até hoje, passou a ser o de questões de múltipla escolha sobre o conteúdo de conhecimentos ensinados durante o então chamado segundo grau (atual Ensino Médio), e as questões passaram a ser elaboradas por instituições como a Fundação Carlos Chagas (criada em 1964), a Cesgranrio (de 1971) e a Fuvest (de 1976). Elas também passaram a organizar e integrar processos seletivos de grandes universidades públicas, como USP (Universidade de São Paulo), Unicamp (Universidade de Campinas), UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), ITA (Instituto de Tecnologia Aeronáutica) e as PUCs (Pontifícias Universidades Católicas).
Em 1996, a nova LDB deu autonomia para cada instituição de ensino organizar o seu processo seletivo e determinar seus critérios. Em 1998, o Ministério da Educação (MEC) criou o Enem como ferramenta de avaliação do sistema de ensino, e inspirado no formato de vestibular de múltipla escolha. Anos depois, em 2009, ele começou a ser adotado pela maioria das universidades como critério para ingresso de alunos.
Importância do exame
Nas instituições do Grupo Tiradentes, o vestibular sempre foi realizado como principal forma de ingresso, em sua maneira tradicional. O primeiro deles aconteceu em julho de 1972, quando o Ministério da Educação autorizou o funcionamento dos três primeiros cursos da então Faculdade Tiradentes, em Aracaju. A disputa pelas primeiras 300 vagas foi bastante concorrida e a aplicação das provas teve que ser feita em um local até então improvável: as arquibancadas do Estádio Estadual Lourival Baptista, o “Batistão”.
Inspirado no formato de vestibular das próprias universidades públicas na época, o processo seletivo foi realizado pela antiga Faculdade Tiradentes em praticamente todos os anos, e continuou mesmo após a transformação da entidade em universidade. De lá para cá, e com o crescimento da instituição, a participação dos estudantes também foi aumentando, o que ajudou a consolidar o vestibular e se manteve mesmo com as evoluções e mudanças do mercado e da sociedade.
“Há escolas e compreensões mais tradicionais que vieram até o dia de hoje, que é o caso da Universidade Tiradentes. Toda a sua direção entende a relevância da manutenção desses processos. Mesmo que haja outros processos seletivos, e em algumas áreas menos concorridas, o vestibular representa um simbolismo importante que traz a mensagem da qualidade. E em outras áreas, como Medicina, ela é puramente qualidade e concorrência bem elevada”, diz o professor Temisson José dos Santos, vice-presidente acadêmico do Grupo Tiradentes.
Até hoje, o vestibular é considerado o mais eficiente e igualitário na seleção dos estudantes que estão melhor preparados para ingressar no ensino superior. “O vestibular coloca todo mundo no mesmo nível. Todos vão fazer o mesmo tipo de prova, e dali vamos selecionar os melhores para ocupar as vagas nos cursos. Os candidatos que tiverem as maiores notas serão os selecionados para vir fazer a matrícula”, resume José Alves da Cruz Júnior, coordenador da Comissão Permanente de Processo Seletivo (Compese), do Grupo Tiradentes.
De acordo com Temisson, o vestibular como formato de seleção agrega qualidade e credibilidade à instituição, tornando-a conhecida do grande público por selecionar bem os candidatos melhor preparados. “É claro que a gente pratica outros formatos de seleção além dos tradicionais, que algumas instituições abandonaram totalmente. Nós não as abandonamos por conta de uma fatia de qualidade, em que a gente realmente seleciona, e de outra fatia que traz o simbolismo de mostrar que a Unit continua na crença de que isso faz sentido e traz um aluno melhor preparado para os seus quadros, está mais focada na qualidade”, afirma.
Mesmo com a pandemia de Covid-19, em 2020, e com as restrições impostas por ela, a prova se manteve com adaptações e passou a ser feita via internet, através de salas virtuais que mantêm as mesmas regras do formato presencial. “A gente sempre teve o vestibular tradicional, mas veio a pandemia e tivemos que adequá-lo a uma pegada on-line. Mas tanto nós da instituição quanto as próprias escolas estávamos sentindo falta dessa prova presencial, porque ela acaba dando mais credibilidade ao processo seletivo. A gente entendeu que agora era o momento de voltar à presencialidade na aplicação das provas, porque ele traz maior segurança para o processo. E instiga o candidato a querer vir fazer a prova”, destaca José Alves.
Vestibular Unit
As inscrições para o Vestibular Tradicional 2023-2 da Universidade Tiradentes (Unit Sergipe terminam nesta quarta-feira, 31 de maio, às 18h, com mais de 1.700 vagas em 27 cursos no campus Farolândia, em Aracaju, e nas unidades de Estância e Itabaiana. As inscrições podem ser feitas através do site https://www.unit.br/vestibular, com taxa de R$ 50,00. As provas são presenciais e estão marcadas para o dia 4 de junho.
Asscom | Grupo Tiradentes