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Conheça como surgiu o vestibular e porquê ele se mantém 

Forma de seleção surgiu no século XIX e se consolidou como a mais eficiente e igualitária na seleção dos estudantes para vagas no ensino superior

às 15h43
Estudantes respondem às provas do primeiro vestibular da Faculdade Tiradentes, em julho de 1972, no Estádio Lourival Baptista, em Aracaju (Acervo/Grupo Tiradentes)
Estudantes respondem às provas do primeiro vestibular da Faculdade Tiradentes, em julho de 1972, no Estádio Lourival Baptista, em Aracaju (Acervo/Grupo Tiradentes)
Provas de um dos vestibulares aplicados pela antiga Facipe, atual Unit Pernambuco, em novembro de 2014, no Recife (Acervo/Grupo Tiradentes)
Candidatos chegam aos locais de provas do vestibular da Unit Sergipe, em junho de 2022, no Campus Farolândia, em Aracaju (Acervo/Grupo Tiradentes)
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Todos os anos, milhares de estudantes se preparam para encarar uma maratona de questões e testar seus conhecimentos, que podem valer a vaga de um curso superior em uma universidade de renome. Trata-se do vestibular, principal entre os vários formatos de ingresso previstos pela Lei de Diretrizes e Bases (LDB). Por muitos anos, ele foi adotado pela maioria das faculdades e universidades públicas e particulares, servindo de inspiração para a criação do próprio Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). 

Suas origens remetem ao início do século XIX, na França, quando o então imperador Napoleão Bonaparte instituiu o chamado Baccalauréat, uma prova de admissão para os alunos que concluíam o ensino dos liceus. Tais exames preparatórios foram adotados no Brasil, inicialmente, com a criação da Escola de Cirurgia da Bahia, em Salvador (BA), em 1808; e das faculdades de Direito de Olinda (PE) e de São Paulo (SP), em 1827. Naquela época, para ingressar nos cursos dessa e de outras academias, o candidato precisaria ter, além da aprovação no teste, ter a idade mínima de 16 anos. 

Os exames de admissão no ensino superior se tornaram obrigatórios em 1911, com a promulgação da Lei Rivadávia (referência a Rivadávia Correia, ministro da Justiça no governo Hermes da Fonseca). Nessa época, a prova tinha duas etapas, sendo uma oral e outra escrita e dissertativa. Em 1915, com o surgimento do ensino secundário, foi adotado oficialmente a palavra vestibular, derivada da palavra vestibulum (entrada, em latim).

A LDB de 1961 determinou que todos os cursos de grau médio poderiam garantir acesso ao Ensino Superior, o que aumentou ainda mais a concorrência nas universidades públicas, além de impulsionar a criação dos cursinhos pré-vestibular e o aumento das faculdades e universidades particulares. Na mesma época, houve tentativas de unificação das datas e dos formatos de vestibular em todas as universidades federais do país. Uma delas foi a criação da Comissão Nacional do Vestibular Unificado, em 1970. 

O modelo de provas mais adotado, que vigora até hoje, passou a ser o de questões de múltipla escolha sobre o conteúdo de conhecimentos ensinados durante o então chamado segundo grau (atual Ensino Médio), e as questões passaram a ser elaboradas por instituições como a Fundação Carlos Chagas (criada em 1964), a Cesgranrio (de 1971) e a Fuvest (de 1976). Elas também passaram a organizar e integrar processos seletivos de grandes universidades públicas, como USP (Universidade de São Paulo), Unicamp (Universidade de Campinas), UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), ITA (Instituto de Tecnologia Aeronáutica) e as PUCs (Pontifícias Universidades Católicas).

Em 1996, a nova LDB deu autonomia para cada instituição de ensino organizar o seu processo seletivo e determinar seus critérios. Em 1998, o Ministério da Educação (MEC) criou o Enem como ferramenta de avaliação do sistema de ensino, e inspirado no formato de vestibular de múltipla escolha. Anos depois, em 2009, ele começou a ser adotado pela maioria das universidades como critério para ingresso de alunos. 

Importância do exame

Nas instituições do Grupo Tiradentes, o vestibular sempre foi realizado como principal forma de ingresso, em sua maneira tradicional. O primeiro deles aconteceu em julho de 1972, quando o Ministério da Educação autorizou o funcionamento dos três primeiros cursos da então Faculdade Tiradentes, em Aracaju. A disputa pelas primeiras 300 vagas foi bastante concorrida e a aplicação das provas teve que ser feita em um local até então improvável: as arquibancadas do Estádio Estadual Lourival Baptista, o “Batistão”. 

Inspirado no formato de vestibular das próprias universidades públicas na época, o processo seletivo foi realizado pela antiga Faculdade Tiradentes em praticamente todos os anos, e continuou mesmo após a transformação da entidade em universidade. De lá para cá, e com o crescimento da instituição, a participação dos estudantes também foi aumentando, o que ajudou a consolidar o vestibular e se manteve mesmo com as evoluções e mudanças do mercado e da sociedade. 

“Há escolas e compreensões mais tradicionais que vieram até o dia de hoje, que é o caso da Universidade Tiradentes. Toda a sua direção entende a relevância da manutenção desses processos. Mesmo que haja outros processos seletivos, e em algumas áreas menos concorridas, o vestibular representa um simbolismo importante que traz a mensagem da qualidade. E em outras áreas, como Medicina, ela é puramente qualidade e concorrência bem elevada”, diz o professor Temisson José dos Santos, vice-presidente acadêmico do Grupo Tiradentes. 

Até hoje, o vestibular é considerado o mais eficiente e igualitário na seleção dos estudantes que estão melhor preparados para ingressar no ensino superior. “O vestibular coloca todo mundo no mesmo nível. Todos vão fazer o mesmo tipo de prova, e dali vamos selecionar os melhores para ocupar as vagas nos cursos. Os candidatos que tiverem as maiores notas serão os selecionados para vir fazer a matrícula”, resume José Alves da Cruz Júnior, coordenador da Comissão Permanente de Processo Seletivo (Compese), do Grupo Tiradentes. 

De acordo com Temisson, o vestibular como formato de seleção agrega qualidade e credibilidade à instituição, tornando-a conhecida do grande público por selecionar bem os candidatos melhor preparados. “É claro que a gente pratica outros formatos de seleção além dos tradicionais, que algumas instituições abandonaram totalmente. Nós não as abandonamos por conta de uma fatia de qualidade, em que a gente realmente seleciona, e de outra fatia que traz o simbolismo de mostrar que a Unit continua na crença de que isso faz sentido e traz um aluno melhor preparado para os seus quadros, está mais focada na qualidade”, afirma.

Mesmo com a pandemia de Covid-19, em 2020, e com as restrições impostas por ela, a prova se manteve com adaptações e passou a ser feita via internet, através de salas virtuais que mantêm as mesmas regras do formato presencial. “A gente sempre teve o vestibular tradicional, mas veio a pandemia e tivemos que adequá-lo a uma pegada on-line. Mas tanto nós da instituição quanto as próprias escolas estávamos sentindo falta dessa prova presencial, porque ela acaba dando mais credibilidade ao processo seletivo. A gente entendeu que agora era o momento de voltar à presencialidade na aplicação das provas, porque ele traz maior segurança para o processo. E instiga o candidato a querer vir fazer a prova”, destaca José Alves.

Vestibular Unit 

As inscrições para o Vestibular Tradicional 2023-2 da Universidade Tiradentes (Unit Sergipe terminam nesta quarta-feira, 31 de maio, às 18h, com mais de 1.700 vagas em 27 cursos no campus Farolândia, em Aracaju, e nas unidades de Estância e Itabaiana. As inscrições podem ser feitas através do site https://www.unit.br/vestibular, com taxa de R$ 50,00. As provas são presenciais e estão marcadas para o dia 4 de junho. 

Asscom | Grupo Tiradentes

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