Desde que foi inaugurado, há três anos, o Tiradentes Institute vem conquistando ao longo desse tempo resultados relevantes na pesquisa e inovação, além de ser um importante passo para a internacionalização do Grupo Tiradentes. O Centro de Estudos, localizado no campus da Universidade de Massachusetts – UMass Boston nos Estados Unidos, garante a mobilidade acadêmica e parcerias com renomados pesquisadores e instituições de ensino.
Casos como o da egressa do Programa de Pós-graduação em Biotecnologia Industrial da Universidade Tiradentes, Isabella Portugal. Graduada em Medicina, Isabella ingressou no mestrado em 2020 e foi para Boston, onde realizou pesquisa para o desenvolvimento e a caracterização de uma membrana multicamada de ácido hialurônico com liberação controlada de fotossensibilizadores para terapia fotodinâmica contra o câncer.
“Em uma sociedade globalizada, a mobilidade estudantil representa a oportunidade de produzir o saber filosófico, científico, artístico e tecnológico, ampliando e aprofundando a formação do ser humano para o exercício profissional, a reflexão crítica e a solidariedade internacional na perspectiva de enfrentar os desafios do novo milênio”, declara Isabella.
Desde a graduação, quando participou da Iniciação Científica, Isabella dedica-se à missão de criar novas tecnologias médicas e educacionais para facilitar a assistência integral à saúde de pessoas com câncer. Os estudos, orientados pelas professoras da Universidade Tiradentes, doutora Patrícia Severino e doutora Sona Arun Jain e co-orientado em Boston pelo doutor Ronny Priefer, são desenvolvidos na Universidade de Massachusetts College of Pharmacy and Health Sciences.
O projeto
“A membrana é totalmente composta por biomateriais, ou seja, baixa toxicidade e sustentável, atua localmente no câncer de pele, feridas metastáticas e/ou lesões pré-cancerígenas, diminuindo efeitos colaterais sistêmicos vistos em terapias oncológicas tradicionais (quimioterapia e radioterapia), e possui nanocamadas para liberação gradual do medicamento sensível à luz, prolongando o efeito específico da fototerapia dinâmica contra as células cancerígenas”, revela a pesquisadora.
Ainda em fase de testes pré-clínicos, na qual são avaliadas a segurança para uso em seres humanos, contínua revisão de literatura e elaboração de manuscritos a partir dos resultados encontrados, os próximos passos para a concretização e plena aplicação da membrana são os ensaios clínicos em pacientes oncológicos. “A membrana funcionará como um curativo autoaplicável pelos próprios pacientes e ativadas tanto por laser como pela luz diária do sol, barateando os custos da terapia. Assim, buscamos trazer soluções que promovam a cura, autonomia, bem-estar e proteção financeira dos pacientes oncológicos”, explica.
Internacionalização
Nos últimos anos, a experiência internacional passou a fazer parte da vida dos universitários, tornando-se um importante diferencial na sua formação e ingresso no mercado de trabalho. Na Unit, os cursos de mestrado e doutorado cumprem um papel relevante abrindo caminho para os alunos realizarem a internacionalização. “A internacionalização permite igualar-se qualitativamente às melhores instituições de ensino superior nacionais e estrangeiras possibilitando a ampliação da rede profissional de colaboração científica, tecnológica ou cultural, nas áreas mais diversas, acordos a propósito de patentes, equipes conjuntas de pesquisa, além de formação docente na língua inglesa voltada para um mercado globalizado”, salienta Isabella.
De acordo com o coordenador do Programa de Pós-graduação em Biotecnologia Industrial da Unit, doutor Marcelo Mendonça, a Unit incentiva os estudantes a participarem da internacionalização. “Temos muitos exemplos de alunos dos programas de pós-graduação que desenvolveram parte da atividade de pesquisa em outros países, por meio de programas de mobilidade acadêmica e intercâmbio. No PBI, a mobilidade internacional dos pós-graduandos têm sido apoiada pela instituição através da interação criada pelos professores com colegas de outros países, contando com o suporte financeiro de programas lançados pela Capes e o CNPq”, evidencia.
Para a professora doutora Patrícia Severino, a presença dos alunos internacionais concretiza a interação e internacionalização. “As parcerias internacionais são muito frutíferas para o desenvolvimento dos estudos. Além disso, o acesso aos laboratórios de ponta, como em Boston, que é um ecossistema inovador na área da pesquisa, traz desenvolvimento e faz com que os alunos saiam com uma visão ampla de ciência, de pesquisa, de inovação, de empreendedorismo”, garante a docente.
“A missão da nossa universidade é inspirar pessoas a ampliar os horizontes e com essa perspectiva a instituição de ensino busca trazer constantemente o diferencial para a formação dos nossos alunos. O PBI possui o foco na internacionalização e tem como um importante parceiro o Tiradentes Institute e, juntamente com outras universidades faz com que a formação seja diferenciada”, acrescenta.
Segundo a professora doutora Sona Arun Jain, a colaboração internacional auxilia a ganhar novas perspectivas sobre a pesquisa e constroem relacionamentos com outras pessoas na área. “Para um jovem pesquisador nesse estágio inicial, pode ser a chave para o desenvolvimento da carreira”, afirma.
“É uma maravilhosa oportunidade para avançar a ideia de pesquisa, além de estabelecer uma colaboração internacional potencial muito produtiva”, declara o co-orientador, professor doutor Ronny Priefer.
Isabella concluiu o mestrado com três publicações em revistas renomadas na área de biotecnologia, além dos artigos que advirão de sua dissertação. Assim, a mais nova mestra em Biotecnologia Industrial permanecerá em Boston para dar continuidade à linha de pesquisa iniciada e parceria acadêmica com o Tiradentes Institute.
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