Definidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) como medicamentos obtidos a partir de derivados vegetais, os fitoterápicos têm os riscos e mecanismos de ação conhecidos pela ciência. Isto é, ainda que a matéria-prima seja exclusivamente vegetal, estes medicamentos devem ter ação comprovada por estudos farmacológicos. Por utilizar plantas medicinais como base, os medicamentos fitoterápicos acabam democratizando o acesso da população aos seus benefícios, já que uma das ferramentas da fitoterapia é a Farmácia Viva – um programa do Governo Federal que viabiliza mudas de plantas medicinais à população, sob orientação de profissionais farmacêuticos.
De acordo com a professora do curso de Farmácia da Universidade Tiradentes (Unit), Cinthia Meirelles, a Fitoterapia e a Farmácia Viva são práticas integrativas. “Ambas estão dentro da Atenção Básica em Saúde, através da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares. O acesso às plantas medicinais favorece tratamentos, principalmente para os cidadãos que não têm acesso a medicamentos”, acredita.
Ainda que sejam medicamentos oriundos de plantas, o cidadão precisa ficar atento quanto ao risco da automedicação. “O uso precisa ser orientado pelos profissionais de Saúde na atenção básica. O farmacêutico tem um papel fundamental nisso, orientando quanto ao uso correto, modo de preparo, efeitos e interação com outros medicamentos e até efeitos colaterais”, alerta Cinthia Meirelles.
Dentro de Unidades Básicas de Saúde (UBS), estudantes do curso de Farmácia da Unit realizam estágio em Educação em Saúde, orientando sobre o uso correto de plantas medicinais e distribuindo ervas secas e mudas.
Farmácia Viva
A Farmácia Viva pode existir em três níveis diferentes de complexidade da planta medicinal:
- Farmácia Viva nível 1 – aquela que tem o horto de plantas medicinais, com mudas, e que a população tem acesso sempre que precisa para fazer chás caseiros.
- Farmácia Viva nível 2 – nesse estágio, a estrutura possibilita que a planta passe por um processamento. Ela vai ser seca e triturada para depois ser disponibilizada à população para poder fazer chás caseiros.
- Farmácia Viva nível 3 – é aquela que possui a estrutura dos níveis anteriores, mas agora, ao extrair da planta, é possível manipular um produto farmacêutico, como xarope, gel ou uma cápsula com o extrato daquela planta.
De acordo com a professora Cinthia, o Núcleo de Fitoterápicos (Nufito) da Unit foi planejado para ter esses três níveis. “Temos o horto de plantas medicinais (nível 1), bem como a estrutura para fazer a extração (nível 2), e manipulamos o produto farmacêutico (nível 3). Mas como ainda não distribuímos para a sociedade, todos os insumos são voltados para a aprendizagem de nossos alunos”, explica.
Por Raquel Passos e Rychard Santos
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