Utilizada como forma de potencializar resultados, aumentar a produtividade e economizar tempo, a Inteligência Artificial (IA) está presente no cotidiano de todas as pessoas. Mas esta não é uma tecnologia recente. Ela data da metade do século XX, e chamava os sistemas computacionais que pretendiam funcionar de forma autônoma de “agentes inteligentes”. O nome foi mudado para Inteligência Artificial quando o cientista computacional norte-americano John McCarthy assim o definiu durante uma conferência da sua área, em 1956.
Uma máquina inteligente era também chamada de robô. Lembram da Rosie, a robô doméstica do desenho animado Os Jetsons, de Hanna-Barbera? Ela também era inspirada na IA, que nada mais é do que um sistema que consegue realizar diversas atividades, desde as mais comuns e repetitivas até às que demandam análise e tomada de decisão. Um teste bastante aplicado para determinar se uma máquina é ou não inteligente, os pesquisadores e cientistas aplicam o Teste de Turing, que avalia se uma máquina exibe comportamento equivalente ao de um ser humano em inteligência ou não.
O professor Fábio Gomes Rocha, analista de sistemas sênior e coordenador dos cursos da área de Tecnologia da Universidade Tiradentes (Unit Sergipe), conta que, inicialmente, pretendia-se simular um ser humano. “Em seguida, veio a etapa de pesquisas e, por volta dos anos 2000, começam a adotar a inteligência artificial em vários campos, como o computador da IBM Deep Blue, que jogou xadrez e ganhou de Gary Kasparov”, exemplifica, citando a famosa partida disputada entre a máquina e o famoso enxadrista russo.
A partir de então, começaram a simular apenas partes do que se considera pode ser feito pelos seres humanos. Pode ser classificada em forte ou fraca, a depender se envolve ou não a criação de sistemas capazes de raciocinar e resolver problemas, chamados de autoconsciente. “Podemos desenvolver sistemas que simulam a visão humana por meio da visão computacional; a fala através dos textos. Tudo isso fez com que a IA fosse expandindo. Mas o boom começa nos últimos anos, com o uso adequado das técnicas, que basicamente são modelos matemáticos e estatísticos oriundos de outros campos que, em conjunto, formam os modelos de aprendizado de máquina e supervisionado que interpretam padrões e informações”, explica Gomes.
Usos da IA
Existem vários subcampos dentro da IA como a visão computacional, o processamento de linguagem e o aprendizado de máquina. “São campos bem segmentados, mas inter-relacionados. E a expansão sai do campo teórico e parte para o mercadológico da Inteligência Artificial, com empresas como a Netflix, Google, Amazon e até o Airbnb utilizando os dados que têm para fazer recomendações aos usuários”, aponta o professor da Unit.
O campo de aprendizado de máquina, ou machine learning, é essencial para o mercado. Assim como o do processamento de linguagem natural, que possibilitou o surgimento dos chatbots utilizados no atendimento ao cliente em empresas desde 2010, até chegar no momento atual. De acordo com Fábio, a IA está incluída em vários campos dentro e fora da computação, como o e-commerce, os transportes, automobilismo,e mesmo na parte médica da neurociência para auxiliar os médicos nas tomadas de decisão “As técnicas e os modelos oriundos dessa área permitem avançar nos demais campos de conhecimento”, conclui.
Pesquisas na Unit
Fábio Gomes destaca que a Unit Sergipe possui em desenvolvimento diversas pesquisas envolvendo IA, realizadas por professores e alunos, em áreas como elaboração de sistemas para correção de questões de provas, imagens médicas, para detecção de voz, de apoio à pesquisa, e também apoio à Segurança Pública.
“O professor Adolfo Guimarães tem duas pesquisas de grande importância, uma no campo do Direito para auxiliar na detecção de itens que facilitem o trabalho do advogado e outra que mapeia roubos permitindo criar um mapa de Segurança Pública por meio da internet. Eu desenvolvo pesquisa na área da visão computacional, com um sistema que permite a identificação e leitura de documentos antigos de modo a auxiliar pesquisadores e historiadores que, inclusive, foi parte da minha tese de doutorado”, explicou Fábio
O segundo projeto de autoria do professor Fábio Gomes é o de correção de questões subjetivas nas provas para auxiliar os professores nesse quesito e conta com apoio da Fapitec e da Secretaria de Estado de Educação (Seduc/SE), devendo ser entregue ao Governo do Estado assim que for concluída.
Asscom | Grupo Tiradentes