Desde quando foram confirmados os primeiros casos infectados pelo novo coronavírus, Covid-19, no Brasil, o país tem adotado medidas para evitar a disseminação da doença. O vírus foi identificado na China, no final do ano passado, como causa de doença respiratória aguda grave. Por ter uma alta capacidade de letalidade e transmissibilidade, os cuidados devem ser redobrados.
De acordo com os últimos números divulgados pelo o Ministério da Saúde, o Brasil já registrou 49.492 casos de coronavírus e 3.313 mortes, segundo informações repassadas pelas Secretarias Estaduais de Saúde. Nas últimas 24 horas, foram 3.735 novos casos e 407 novos óbitos. Os números só aumentam. Em Sergipe, até o momento, foram registradas oito mortes.
Além da transmissão pelo contato pessoa-a-pessoa, espirro, gotículas de saliva e objetos ou superfícies contaminadas, a contaminação também pode ocorrer por meio do manejo de corpos, especialmente em equipamentos de saúde. Os velórios e funerais também não têm sido recomendados devido à aglomeração de pessoas e pelo risco de transmissão entre familiares e amigos.
E, qual deve ser a destinação dos corpos infectados pela Covid-19? O docente da Universidade Tiradentes e presidente da Associação dos Patologistas do Estado de São Paulo, Sydney Leão explica os procedimentos e orientações para os óbitos de casos suspeitos ou confirmados do novo coronavírus.
“Mesmo que no período post mortem a possibilidade de transmissão do vírus diminua, por não haver mais a produção de aerossóis ou de partículas aéreas, as características do novo coronavírus fazem com que os procedimentos relacionados ao manejo de corpos de indivíduos sejam diferentes em relação aos existentes usualmente em outras causas infecto-contagiosas. É necessário a vedação completa da urna funerária e realização de cremação em muitos casos de COVID-19”, esclarece.
“É importante que os diferentes serviços funerários utilizem os protocolos que são preconizados pelo Ministério da Saúde e pelas Secretarias estaduais de Saúde. As funerárias e os serviços de verificação de óbitos no Brasil e em Sergipe possuem a habilitação referente à preparação dos corpos, com a utilização, por parte dos agentes funerários, de todos os Equipamentos de Proteção Individual como face shield, máscara N95, capote cirúrgico, pro pé e luvas cirúrgicas para manuseio dos corpos”, acrescenta o professor.
Autópsia
Para o Ministério da Saúde, as autópsias em cadáveres de pessoas que morrem com doenças causadas por patógenos das categorias de risco biológicos 2 ou 3 expõem a equipe a riscos adicionais.
“As necropsias em casos suspeitos ou confirmados de COVID-19 não têm sido realizadas usualmente em nosso país e no estado de Sergipe devido ao altíssimo risco de infecção pelo coronavírus durante os procedimentos necroscópicos invasivos, associado ao fato das salas de necrópsia no país inteiro não terem estrutura para realização com segurança de tal procedimento.”, finaliza Sydney.
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