O tema Caracterização da violência contra mulheres em Sergipe e estatísticas de atuação das redes de atenção conduziu a pesquisa do mestrado em Saúde e Ambiente de Luciana Santos Cariri. Com os resultados em mãos o trabalho de pesquisa que teve orientação das professoras doutoras Marlizete Maldonado Vargas e Cláudia Moura Melo viveu na tarde dessa terça-feira mais uma importante etapa para a condução de políticas que assegurem uma maior e melhor integração entre os agentes e as redes.
“Houve muito interesse em discutir esse tema com os atores envolvidos”, notifica a doutora Marlizete lembrando que entre os participantes estão profissionais do CRAS, Crea, Segurança Pública e Hospital Nossa Senhora de Lourdes. “São instituições em que os profissionais responderam ao questionário sobre a rede e que agora, nesse segundo encontro (o primeiro aconteceu há pouco mais de dois meses), voltamos a discutir um pouco mais sobre os resultados obtidos”, explica Marlizete salientando que a ideia é criar uma publicação que auxilie os profissionais a orientar as mulheres em relação aos atendimentos disponíveis na rede de Sergipe.
“Acho que a academia tem uma função muito importante tanto para a gestão municipal, como para os movimentos porque é da academia através de pesquisas como essa que parte um olhar mais apurado sobre problemas como o que diz respeito à violência contra a mulher”, conta Edna Nobre, professora de História que atua na Diretoria de Direitos Humanos setor vinculado à Coordenadoria da Mulher do município de Aracaju.
A partir da década de 80 começaram a surgir ações para combater abusos e dar apoio às mulheres que são vítimas da violência doméstica. A constatação serviu de estímulo para a pesquisa desenvolvida por Luciana Cariri que canalizou sua pesquisa para observar de que forma a rede de apoio às mulheres funciona (especialmente em Aracaju, Itabaiana, Nossa Senhora do Socorro e Barra dos Coqueiros), municípios onde o levantamento foi feito.
A pesquisa detecta que há um déficit no acompanhamento à mulher vítima da violência doméstica e na maioria dos casos o próprio profissional que atua na rede não compreende o seu funcionamento.
“A prevenção dessa violência é também um aspecto que precisa ser levado em conta uma vez que ela não chega às mulheres e nem elas sabem a quem recorrer quando sofre algum tipo de maltrato”, explica Luciana. Motivo pelo qual o seu projeto teve como objetivo identificar como está o perfil dessas mulheres que sofrem violência doméstica e como funciona da rede de atenção que existe para dar ao gênero essa proteção.