Em 2016, foi encontrado na cidade de Gararu, interior de Sergipe, os primeiros resquícios de artefatos arqueológicos. Dentre os materiais recolhidos no sítio paleontológico conhecido como Sítio Elefante pelos pesquisadores da área, destacam-se a presença de fósseis da megafauna, duas espécies de preguiças terrestres, uma delas gigante (com mais de 3 metros de altura), tatus gigantes, tigres dente de sabre, uma espécie extinta de elefante chamada de estegomastodonte, camelídeos e equídeos, entre outros mamíferos extintos de grande porte.
Os trabalhos de pesquisa são feitos pela equipe de Patrimônio Cultural e Comunidades Tradicionais da Fiscalização Preventiva Integrada do São Francisco da Tríplice Divisa (FPI) do São Francisco. Em 2019, os pesquisadores encontraram três fragmentos de fóssil que ainda não foram identificados e 12 novas peças na cidade de Gararu. Os fósseis foram localizados próximo à residência de um morador das redondezas do Sítio Elefante e os pesquisadores encontraram o material após verem um cachorro brincando com um fragmento fóssil. Eles foram recolhidos e entregues para guarda da Universidade Federal de Sergipe (UFS).
De acordo com a professora do curso de História EaD da Universidade Tiradentes, Eunice Aparecida Borsetto, é importante salientar a relevância dos estudos paleontólogos para entender a evolução das espécies e dos ambientes geológicos ao longo da história civilizatória. “Auxilia na compreensão do desenvolvimento geográfico na região e suas consequências sobre o solo, clima e sobrevivência. Lembrando que todo esse processo tem como resultado o incremento de técnicas e relações culturais entre indivíduos resultando na identidade cultural da região”.
Quando se fala em megafauna, a associação é feita para nomear o conjunto dos animais pré-históricos de grandes proporções que conviveram com a espécie humana, e desapareceram no final do período Pleistoceno, a Era do Gelo. Estes animais – muitas vezes maiores do que suas contrapartes modernas, como por exemplo o mamute -, foram extintos há 10,000-40,000 anos atrás, principalmente no norte da Eurásia, nas Américas e na Austrália.
A extinção da megafauna foi um evento de extinção em massa que ocorreu simultaneamente em diferentes lugares do globo. A ciência especula que o desaparecimento desses animais teria ocorrido por uma conjunção de fatores climáticos e também por fatores antrópicos. Na América do Sul existiram cerca de 37 espécies nativas da megafauna e seus fósseis já foram encontrados em estados como Bahia, Minas Gerais e Paraná.
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