As mudanças ocasionadas pela pandemia do novo coronavírus impactaram na saúde mental da população. Um resultado preliminar do Ministério da Saúde em que se observou a existência de ansiedade, depressão e transtorno de estresse pós-traumático durante a pandemia ligou o alerta. A primeira fase da pesquisa revelou que a ansiedade é o transtorno mais presente no período.
Após a primeira etapa, foi verificada a elevada proporção de ansiedade (86,5%); uma moderada presença de transtorno de estresse pós-traumático (45,5%); e uma baixa proporção de depressão (16%) em sua forma mais grave. Os dados refletem o resultado da análise de 17.491 indivíduos com idade média de 38,3 anos, variando entre 18 e 92 anos.
“O momento de pandemia provocou uma situação maior de conflito familiar com o isolamento social. Esse foi um dos fatores preponderantes para o aumento de alguns transtornos. Além disso, com essa crise, a violência também aumentou significativamente”, declara a coordenadora do Núcleo de Apoio Pedagógico e Psicossocial da Universidade Tiradentes, professora Kátia Araújo.
“Vale destacar que o medo da morte também foi outro fator. No decorrer da pandemia, a morte foi acometendo pessoas mais próximas e familiares causando ansiedade. Nós não estamos preparados para a morte e isso acabou gerando mais problemas, podendo levar à depressão”, acrescenta.
A campanha ‘Setembro Amarelo’, desenvolvida desde 2014, pela Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP – em parceria com Conselho Federal de Medicina – CFM – busca a conscientização da população sobre os fatores de risco para o comportamento suicida, além de orientar para o tratamento adequado dos transtornos mentais, que representam 96,8% dos casos de morte por suicídio. Oficialmente, a data de 10 de setembro celebra o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio
“É importante estarmos em alerta para os sinais provocados pela ansiedade e depressão e o que isso pode causar. Os casos de suicídio, por exemplo, estão ligados ao extremo da depressão”, comenta Kátia.
“Os casos iniciam com angústia, ansiedade e, como a pessoa não enxerga a situação como resolvida, leva à insatisfação pessoal e a um grau de depressão como se a vida não interessasse mais. A pessoa acaba não conseguindo sair do ciclo de sofrimento podendo levar a tentativas de suicídio”, explica.
Para a coordenadora do NAPPS da Unit, a procura por um atendimento especializado é fundamental. “A ciência caminha junto, por isso que o suporte da Psicologia e Psiquiatria é muito relevante e tem resultados significativos. Saber lidar com os conflitos que são comuns para viver de forma harmônica, precisamos de um arcabouço que nos forneça o suporte. Na Unit, por exemplo, contamos com o atendimento do NAPPS de forma gratuita”, enfatiza.
O Núcleo é um diferencial da Unit com atendimentos voltados aos estudantes e colaboradores como forma de promover acolhimento e suporte para pessoas com deficiências, síndromes, transtornos ou que vivenciam situações de conflito que interferem no processo de aprendizagem e/ou nas relações sociais e comunitárias.
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