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Síndromes gripais registram tendência de alta em 17 estados e 11 capitais

A indicação veio dos dados do boletim Infogripe, da Fiocruz, com atenção maior para a influenza e para o VSR, que são os vírus que mais circulam no Brasil

às 13h23
A vacinação contra a gripe e a Covid-19 vem sendo adotada como estratégia para enfrentar o aumento de casos das doenças (Tomaz Silva/Agência Brasil)
A vacinação contra a gripe e a Covid-19 vem sendo adotada como estratégia para enfrentar o aumento de casos das doenças (Tomaz Silva/Agência Brasil)
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As autoridades de saúde estão mais atentas ao comportamento dos casos da chamada Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), que engloba as síndromes gripais (causadas pelo vírus influenza), a Covid-19 e as doenças provocadas pelo VSR (vírus sincicial respiratório), que afeta principalmente crianças e bebês. O boletim Infogripe, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), apontou em sua edição mais recente que parte dos estados e das capitais do Brasil estão em um quadro de crescimento dos casos destas doenças nas próximas seis semanas, mesmo com a tendência nacional de estabilização e até de queda nos casos a longo prazo, a partir do cenário dos outros estados. 

Entre as capitais, o cenário de alta na SRAG foi detectado em 11 cidades: Aracaju (SE), Boa Vista (RR), Cuiabá (MT), Florianópolis (SC), Goiânia (GO), Macapá (AP), Natal (RN), Porto Velho (RO), Rio Branco (AC), Rio de Janeiro (RJ) e São Luís (MA). Ele também aparece em 17 estados: Acre, Amazonas, Amapá, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, Rondônia, Roraima, Santa Catarina e Sergipe. 

Até a Semana Epidemiológica 21, entre 19 e 25 de maio, o Brasil já teve 63.489 casos notificados de SRAG. Desse total, 30.918 foram confirmados, sendo 42,6% de VSR, 25,3% de Covid-19 e 18,8% de Influenza A. A prevalência do VSR foi maior principalmente nas últimas quatro semanas epidemiológicas, com 56% dos casos confirmados. Já as mortes relacionadas à SRAG somaram 2.362 ao longo do ano, sendo a maioria causada por Covid-19 (66,8% dos óbitos) e pela Influenza A (22,0%). 

De acordo com o pneumologista Ivan Mendes Ribeiro, professor assistente do curso de Medicina da Universidade Tiradentes (Unit), o aumento dos casos de síndrome respiratória ocorre em virtude do aumento de vírus respiratórios circulantes, que são cíclicos nessa época do ano, principalmente na fase entre o outono e o inverno, com a intensificação das chuvas e a diminuição das temperaturas. 

“A síndrome gripal causada pelo influenza é a mais comum, mas o vírus sincicial respiratório tem um papel muito importante nos imunossuprimidos e crianças. São os vírus circulantes mais comuns, daí o número de casos ser maior. A presença desses surtos é cíclica, faz parte da história natural dos vírus e de seus ciclos. O ambiente, a estação do ano, a pouca cobertura vacinal, as aglomerações, os núcleos escolares e as mutações virais contribuem para as rápidas disseminações”, explica Ivan.

A presença de casos de Covid-19 chama a atenção, mas com muito menos força do que na época da pandemia, entre 2020 e 2022. “A Covid sempre esteve presente, mas os casos graves diminuíram significativamente. O advento do tratamento já disponível, além da cobertura vacinal deixou o cenário um pouco melhor, porém ainda há casos graves que evoluem para síndromes respiratórias graves, mas esses não são a maioria”, afirma o professor, atribuindo o controle da doença ao amplo alcance das vacinas. 

Neste sentido o Ministério da Saúde vem reforçando as campanhas anuais de vacinação contra a Covid, para a aplicação das doses de reforço da vacina, e também contra a Influenza, que teve seu início antecipado para março e cuja meta é vacinar mais de 75 milhões de pessoas pertencentes aos públicos prioritários. “É essencial que a população esteja vacinada, especialmente para o vírus causador de influenza para que essa casuística seja controlada. A melhor estratégia de prevenção é a vacinação associada a uma lavagem ou higienização correta e constante de mãos. Evitar aglomerações e na medida do possível usar máscaras de proteção individual”, orienta o professor Ivan. 

Com informações da Fiocruz

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