ESTUDE NA UNIT
MENU



Tese de doutorado analisa estudos clínicos em menores de 18 anos

Professora da Unit aborda capacidade jurídica dos menores de 18 anos, chamados órfãos terapêuticos

às 20h37
A professora do programa de pós-graduação em Direitos Humanos, Tanise Zago Thomasi.
A professora do programa de pós-graduação em Direitos Humanos, Tanise Zago Thomasi.
Compartilhe:

A aplicação dos imunizantes contra covid-19 em menores de 18 anos levantou diversas opiniões. Mesmo com autorização para a aplicação, o Ministério da Saúde recomendou a suspensão da vacinação em adolescentes. Para os sanitaristas, a decisão é controversa. Para os juristas, há outros agravantes.

Segundo a professora do programa de pós-graduação em Direitos Humanos da Universidade Tiradentes (Unit), Tanise Zago Thomasi, doutora em Direito, a decisão do Ministério da Saúde é apropriada, no entanto, requer novas avaliações no que se refere à menoridade.

“Como conciliar a autorização concedida pelos menores de idade, uma vez que nosso ordenamento jurídico a valida autonomamente a partir dos 18 anos de idade? É um ramo ainda novo dentro do Direito, atrelado às autorizações, tecnicamente conhecido como Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)”, disse a professora.

Motivada pela falta de análise sobre o assunto, envolvendo questões jurídicas, Tanise Thomasi escreveu a tese de seu doutorado, com o título Capacidade jurídica dos órfãos terapêuticos: perspectivas sobre novos medicamentos pediátricos.

Pesquisa em humanos é um tema de difícil compreensão e divergentes opiniões, independentemente da idade. Por isso, ela fala sobre os estudos clínicos e suas dificuldades jurídicas, principalmente em menores de idade, devido à representação jurídica.

Thomasi chama a atenção para o fato de que há poucas pessoas habilitadas ou disponíveis para a participação nos estudos clínicos. No entanto, são usufrutuárias dos seus benefícios ou findam pela utilização destes produtos poucos testados. O impedimento legal torna o caso de crianças e adolescentes ainda mais complicado.

“Em torno de 90% dos medicamentos pediátricos possuem dificuldade em realizar estudos clínicos envolvendo os menores de idade, mundialmente. Todos procuram medicamentos seguros e eficazes, mas poucos contribuem para sua concretização. No caso das crianças e adolescentes, em aspectos jurídicos o consentimento concedido não é delas, por conta do impedimento legal. E assim, em nome da proteção, por vezes, são submetidas a terapias médicas nunca testadas efetivamente”, argumenta Tanise.

Por isso, a doutora em Direito ressalta a necessidade de novos estudos que envolvam indivíduos dessa faixa etária. “Essa discussão amplia ainda mais a necessidade de pesquisadores atuantes em nome do progresso científico e tecnológico, sejam eles na área da sanitária ou jurídica. Sem eles não avançamos”, finaliza.

 

Leia também: Assistência farmacêutica orienta pacientes na aquisição de medicamentos 

Compartilhe: