De férias em Petrolina (PE), o egresso do curso de Engenharia de Petróleo, João Victor Neves, se prepara para iniciar o mestrado em uma Universidade de Portugal. Mas essa nova etapa na vida acadêmica no exterior começou ainda na graduação na Universidade Tiradentes, em Aracaju(SE).
Em 2020, quando João Victor iniciava 90 período, tinha o plano de fazer um mestrado no exterior, mas a falta de uma vivência em outro país ainda era uma situação que precisava ser resolvida. Foi quando decidiu pela experiência de uma mobilidade acadêmica.
“A universidade que escolhi foi o Instituto Superior de Engenharia de Porto porque quando terminasse a graduação queria fazer mestrado justamente em Portugal. Então, usei a mobilidade acadêmica como um teste, para ver se me adaptava ao País para quando fosse fazer mestrado. Dessa forma não teria nenhuma dificuldade ou surpresa”, revela.
Na instituição de ensino superior público localizada na cidade do Porto e uma das mais antigas escolas de engenharia, a rotina acadêmica durante a semana envolvia aulas em dois turnos.
“Tinha aula de segunda a sexta pela manhã e à noite. Cada disciplina tinha aulas teóricas e práticas, todos os dias das 6h às 12h e em alguns dias de 18h à meia noite. Para chegar ao ISEP fazia o percurso a pé, cerca de 20 minutos. Optei por matérias que fossem passíveis de equivalência no Brasil, dessa forma não atrasaria na formação do curso”, conta.
Durante o período de intercâmbio, Victor dividiu espaço em uma casa onde compartilhava mais do que espaço.
“Aluguei um quarto em uma casa onde moravam 15 pessoas, 13 brasileiros e dois peruanos. Nos finais de semanas saímos junto com o pessoal do curso para conhecer a cidade e a vida noturna do lugar. Nos finais de semana íamos de trem ou ônibus conhecer outras cidades, tanto em Portugal como na Espanha”, lembra.
Com a pandemia, os horários de café da manhã nas tradicionais padarias em Porto, os almoços na ISEP e a convivência em sala de aula deram lugar às aulas em ambiente virtual, mas o networking continua até hoje.
“Em Portugal tive a oportunidade de conhecer muitas pessoas, de vários países como Angola, Irlanda, Inglaterra, Peru, Espanha, alguns portugueses, brasileiros do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, cada pessoa trazia diferentes vivências. Alguns estavam em Portugal para sobreviver, ajudar suas famílias em seus países, outros à passeio e outros estudando como eu. Até hoje eu tenho contato com alguns deles. Essas pessoas me ensinaram muitas coisas através de suas experiências e culturas”, pontua.
Victor conta que a partir dessa convivência muitas portas se abriram, a adaptação ao país foi rápida e o que ele tanto planejou, finalmente se tornou realidade.
“Fui aceito em duas universidades para fazer o mestrado em Portugal e no final do ano embarco para essa nova fase. Durante o mestrado vou trabalhar em pesquisas na área de energias renováveis com foco em hidrogênio”, finaliza.
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