O Brasil é o país com maior disponibilidade de água doce do mundo. No entanto, está passando por dificuldades na implementação de políticas públicas para o manejo da água e sua integração sustentável com as dinâmicas e necessidades dos centros urbanos.
O professor do curso de Engenharia Civil da Universidade Tiradentes (Unit), doutor Anderson Sobral, explica que a segurança hídrica é um conjunto de boas práticas desenvolvidas pela sociedade para que a água não fique indisponível, independentemente dos fatores diretamente relacionados a isso.
“Trata-se de um trabalho em conjunto, que deve envolver o poder público, as empresas privadas e a população. É o que na gestão de recursos hídricos chama-se de resolução de conflitos de uso, uma vez que diversos setores utilizam a água, mas não é o ambiente urbano que mais gasta água e sim o sistema agro através das diferentes formas de irrigação”, explica.
A rápida expansão das metrópoles e a falta de planejamento urbano fizeram com que os gestores públicos se apoiassem quase que exclusivamente na infraestrutura ‘cinza’ dos centros urbanos para o saneamento e a multiplicação de fontes de água para a população.
A sociedade urbana normalmente é a que mais sofre com a insegurança hídrica por causa da alta densidade demográfica. Nesse contexto, o projeto da Agência Nacional de Águas (ANA), em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Regional, desenvolveu o Plano Nacional de Segurança Hídrica (PNSH), que está alinhado ao conceito de Segurança Hídrica e assegura ao Brasil um planejamento integrado e consistente de infraestrutura hídrica com natureza estratégica e relevância regional até 2035.
“Para garantir segurança hídrica deve envolver todos os setores urbano (cidades), agro, indústria. Não adianta a cidade economizar quando as grandes monoculturas gastam muita água, às vezes de forma desordenada. Tem que pensar em saneamento eficiente para todos, muitas áreas não são atendidas corretamente, sendo que o Brasil dispõe dos reservatórios de água doce, mas a distribuição não é equitativa.”, pontua o doutor Anderson.
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