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Janeiro Seco chama a atenção para os efeitos negativos do álcool

Desafio de ficar um mês inteiro sem consumir bebidas alcoólicas é proposto em campanha de ONG britânica, que alerta para os danos causados pelo abuso do álcool

às 20h40
A recusa ao consumo de álcool, proposta na campanha Janeiro Seco, vem sendo adotada como meta por muitas pessoas que buscam uma melhor qualidade de vida (Adobe Stock)
A recusa ao consumo de álcool, proposta na campanha Janeiro Seco, vem sendo adotada como meta por muitas pessoas que buscam uma melhor qualidade de vida (Adobe Stock)
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Imagine ficar 31 dias sem uma gota de cerveja, vodca, uísque ou outra bebida alcóolica. É uma meta que vem sendo adotada por cada vez mais pessoas, em nome de uma vida mais saudável. Isto é o que vem propondo a campanha Janeiro Seco, também chamada Dry January, realizada desde 2012 pela ONG britânica Alcohol Change UK. Ao sugerir que as pessoas não tomem nenhuma bebida alcóolica durante todo o primeiro mês do ano, mesmo nas quantidades mínimas recomendadas, ela já teve a adesão de mais 120 mil pessoas no Reino Unido e em muitos outros países pelo mundo. 

A campanha aproveita o mote do início de cada ano, quando as pessoas estão mais predispostas a tomar decisões que busquem melhorar a saúde mental e corporal. “O mês de Janeiro representa o período em que as pessoas focam em metas para os 365 dias do ano. Dentre elas, muitas metas estão associadas à mudança no estilo de vida, à saúde física e mental, à inclusão da redução do consumo de bebidas. A campanha surge como um importante compromisso à saúde”, afirma Cláudia Mara de Oliveira Bezerra, professora e preceptora do curso de Psicologia da Universidade Tiradentes (Unit Sergipe).

Com o foco na saúde mental e na prevenção de danos causados pela substância ao organismo, o Janeiro Seco chama a atenção para os benefícios gerados pela ausência do álcool no organismo. Os próprios participantes do Dry January relatam que, ao suspenderem o consumo de álcool por todo o primeiro mês do ano, dormiram melhor, perderam peso, ganharam mais estabilidade em seu humor, voltaram a praticar esportes e melhoraram seus indicadores de colesterol e pressão arterial. 

Por outro lado, a campanha ressalta os problemas causados pelo uso excessivo do álcool, para além da dependência causada pelo alcoolismo. Entre os principais, estão as alterações de humor, como euforia, depressão, irritabilidade e impaciência. Outros danos acabam se refletindo no funcionamento do organismo, tanto a curto quanto a longo prazo. 

“É possível observar as alterações no sono, pois o álcool prejudica a produção do hormônio da melatonina. A interferência na produção de hormônios impede o ciclo de sono reparador tão importante para o nosso funcionamento. Outra alteração importante é na disposição física e mental, pois o consumo de bebida causa interferência nos índices glicêmicos, reações inflamatórias nas células, prejudicando o corpo, aumentando o gasto de energia para metabólicas da bebida. Por fim, nota-se alterações de consciência, prejuízos de memória, concentração e risco de dependência química”, explica Cláudia. 

Doenças

Entre as doenças associadas ao consumo abusivo e prolongado do álcool, estão a perda de memória, hipertensão arterial, obesidade, AVC, problemas gástricos, alterações hepáticas alcoólicas, desidratação, gordura no fígado, cirrose e vários tipos de câncer. “No que refere à saúde mental, os riscos estão associados à dependência química, ansiedade, depressão e queda na concentração”, completa a professora.

Estas mortes relacionadas tiveram um aumento de 24% no Brasil, entre 2019 e 2020, de acordo com dados do “Panorama 2022: o álcool e a saúde dos brasileiros”, produzido pelo Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa). Os chamados “óbitos totalmente atribuíveis ao álcool” aumentaram de 6.594 para 8.169, enquanto que os “parcialmente atribuíveis ao álcool” foram de 65.927 para 66.593. 

Outro dado, revelado no ano passado pelo Ministério da Saúde, aponta que 20,9% dos adultos residentes em capitais admitiram o hábito de consumir mais quatro ou mais doses de bebidas alcoólicas em uma mesma ocasião – muito acima do recomendado pelos especialistas. 

Diante desse cenário, a professora acredita que a iniciativa do Janeiro Seco reforça a conscientização sobre o consumo excessivo de álcool e auxilia a população na compreensão dos efeitos negativos do consumo do álcool. “A ausência do consumo de bebida alcoólica exerce influência positiva na saúde física e mental das pessoas. O não-uso da substância psicoativa (álcool) não acarreta em danos no cérebro, nem em prejuízos cardiovasculares, danos hepáticos ou problemas digestivos.”, conclui Cláudia 

Asscom | Grupo Tiradentes

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