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Projeto de lei propõe educação financeira no currículo do ensino básico

Iniciativa, que busca preparar os jovens brasileiros para prevenir o endividamento e gerir melhor as finanças pessoais, está em um projeto de lei que tramita no Senado

às 13h14
A abordagem da educação financeira nas escolas poderá, ao longo prazo, criar uma nova cultura de gestão financeira na população (Monthira/Adobe Stock)
A abordagem da educação financeira nas escolas poderá, ao longo prazo, criar uma nova cultura de gestão financeira na população (Monthira/Adobe Stock)
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Um interesse cada vez mais crescente da população brasileira é pelas finanças pessoais e por formas de evitar ou minimizar situações como a do endividamento, que afeta aproximadamente 76% das famílias brasileiras, segundo dados apurados em dezembro de 2023 pela Confederação Nacional do Comércio (CNC). Uma das sugestões neste sentido está na criação e inclusão de conteúdos e disciplinas sobre educação e administração financeira nos currículos da Educação Básica (ensinos fundamental e médio). 

A proposta consta em um projeto de lei que altera a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) e está em tramitação na Comissão de Educação e Cultura do Senado Federal. Há a previsão de que ele seja colocado em votação ainda no início deste ano. A depender de possíveis modificações, o projeto poderá ser encaminhado ao Plenário da Casa ou à Câmara dos Deputados, juntamente com outras propostas que alteram a LDB para incluir novos conteúdos no currículo escolar. 

“Na prática, isso poderia ser implementado por meio de disciplina obrigatória na grade curricular da educação básica, contendo uma parte teórica onde aprenderá os conceitos fundamentais, e outra parte prática, como por exemplo a elaboração de um orçamento pessoal, como também a criação de um ‘banco’ onde cada aluno teria um ‘cofrinho’ para estimular a cultura da poupança”, sugere o economista Josenito Oliveira, professor do curso de Administração da Universidade Tiradentes (Unit)

A sugestão, inspirada em outras iniciativas desenvolvidas em escolas públicas e particulares de vários estados, busca “capacitar os alunos a tomarem decisões e evitarem armadilhas financeiras comuns, combatendo a falta de conhecimento e o endividamento dos jovens”, conforme diz a justificativa do projeto. Josenito acredita que a medida é de extrema importância e prepara os jovens brasileiros para a vida adulta permitindo que eles “compreendam como gerenciar suas finanças pessoais, fazer orçamentos, economizar, investir e tomar decisões financeiras informadas, além da prevenção do endividamento excessivo”. 

Outra iniciativa do tipo foi tomada pelo Banco Central, que baixou no final do ano passado uma resolução que obriga os bancos e outras instituições financeiras e de pagamento a criarem e promoverem ações e conteúdos de educação financeira, planejamento de orçamento, prevenção contra o endividamento e prevenção do consumo consciente. 

O professor da Unit acredita que iniciativas como essa, ao incutir uma nova postura de como cuidar das finanças pessoais, podem mudar a cultura da população, e, por consequência, o próprio cenário econômico do país. “O processo educacional leva tempo, não há como cravar um tempo preciso para ocorrer a mudança, mas o importante é começar imediatamente para que a próxima geração possa ter o domínio de suas finanças. Uma população mais educada financeiramente contribui para a estabilidade econômica de um país, reduzindo a probabilidade de crises financeiras decorrentes de más práticas financeiras generalizadas”, conclui Oliveira.

com informações da Rádio Senado

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