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86 milhões de crianças não retornaram às aulas na América Latina, diz Unicef

Pandemia, conflitos e mudanças climáticas agravam a falta de acesso à educação; crianças que não retornaram já são consideradas por educadores como ‘geração perdida’

às 13h23
Especialistas alertam que as crianças atualmente afastadas da escola correm o risco de não voltar mais à educação formal (Unsplash)
Especialistas alertam que as crianças atualmente afastadas da escola correm o risco de não voltar mais à educação formal (Unsplash)
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Quase 1 bilhão de crianças em todo o mundo estão correndo o risco de perda de aprendizagem, diante de tantas interrupções nas aulas durante a pandemia da Covid-19. O levantamento realizado pela Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) identificou que 86 milhões de crianças na América Latina ainda não voltaram às aulas em 2021. 

Essas crianças já são conhecidas como a geração perdida: a maioria delas, inclusive, esqueceu como ler e escrever. Além da pandemia, fatores em várias regiões do mundo, como conflitos e mudanças climáticas, também contribuíram para esse cenário preocupante de déficit na aprendizagem. 

“Todos esses fatores colocam em risco todo o progresso do processo de aprendizagem, o qual deve ser contínuo, para que se tenha excelência nos níveis de conhecimento ao longo do desenvolvimento dessas crianças”, explicou o professor Anderson Teixeira de Souza, docente do curso de Pedagogia EaD, da Universidade Tiradentes (Unit EaD).

Segundo ele, outra grande preocupação é que não existe apenas o risco de as crianças deixarem de aprender as competências básicas para a vida, mas, também, de nunca mais regressarem à educação formal. “O que acontece é que estamos com um problema muito grande, porque muitos alunos deixaram os estudos e abandonaram a escola, pois precisaram ajudar seus pais, já que por causa da pandemia muitas pessoas perderam o emprego. Estamos vendo uma evasão escolar muito grande por causa desse cenário pandêmico, e tudo isso repercute negativamente para com a ineficácia do processo e acaba respingando em todos os agentes envolvidos neste ciclo”, analisa. 

O professor alertou, ainda, que a educação virtual deve continuar, mas é preciso lembrar que no Brasil, por exemplo, muitos estudantes não tiveram acesso ao aprendizado. Ainda de acordo com o Unicef, a evasão escolar no Brasil atinge 5 milhões de alunos. Durante a pandemia de Covid-19, esses números aumentaram em 5% entre os alunos do ensino fundamental e 10% no ensino médio.

“Dentre as lacunas neste processo, também tivemos a questão da acessibilidade, pois nem todo professor ou aluno tem acesso aos recursos tecnológicos necessários, como internet em casa. Sabemos que falta estrutura em muitas casas e isso é uma realidade na vida de muitas pessoas, por causa da desigualdade que repercute em vários fatores da exclusão no sistema educacional”, disse o professor. 

Asscom | Grupo Tiradentes

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