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Covid-19: Pessoas que se exercitam mais respondem melhor a imunização da vacina?

Médica e professora da Unit, Maria Fernanda Malaman, explica os desdobramentos da recente pesquisa sobre o tema

às 20h29
Professora doutora Maria Fernanda Malaman
Professora doutora Maria Fernanda Malaman
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Recentemente, um estudo da Universidade Federal de São Paulo (USP) trouxe evidências de que pessoas fisicamente ativas respondem melhor à vacina da Covid-19. O artigo foi publicado no começo do mês, em versão preliminar, na plataforma Research Square.

Nele, os pesquisadores detalham um estudo de fase 4 – feito após o início da vacinação em massa –, realizado com 1.095 voluntários imunizados com a Coronavac entre fevereiro e março deste ano. A doutora em Ciências pela FMUSP,  Maria Fernanda Malaman, que também atua como coordenadora adjunta e supervisora do ambulatório do curso de Medicina da Universidade Tiradentes, explicou que ainda é muito cedo para a confirmação de resultados. 

“Ela foi realizada em pacientes imunocomprometidos portadores de Artrite Reumatóide imunizados com a CoronaVac entre fevereiro e março de 2021 e mostrou que a qualidade da resposta vacinal foi melhor em indivíduos fisicamente ativos. Entretanto, precisamos de mais estudos com uma quantidade maior de indivíduos com e sem comorbidades para confirmar estes resultados. Além disso, a resposta a uma vacina e sua eficácia não são mensuradas somente pela produção de anticorpos, outros aspectos da resposta imunológica devem ser avaliados”, reiterou. 

No caso do estudo, foi considerado para o critério de pessoas fisicamente ativas aquelas que não passavam mais de oito horas diárias sentados ou deitados sem nenhum tipo de movimentação e que realizavam atividades dedicadas aos exercícios e lazer, atividades domésticas, trabalho ou deslocamentos de rotina.  A aplicação das vacinas desencadeia uma resposta imunitária no corpo, desafiando o sistema imunológico a responder como o teria feito o ao verdadeiro agente infeccioso. 

“Algumas vacinas requerem várias doses, separadas por semanas ou meses. Isso, por vezes, é necessário para permitir a produção de anticorpos de longa duração e o desenvolvimento de células de memória. Dessa forma, o corpo fica treinado para combater o organismo causador da doença específica, reforçando a memória do agente patogénico, para o combater rapidamente, numa eventual exposição futura”, disse Maria Fernanda.

Para atingir a imunidade necessária para a proteção contra o vírus, o organismo não depende, apenas, dos anticorpos neutralizantes. “Tanto a infecção natural quanto a vacinação, estimulam o sistema imunológico de forma mais ampla, gerando também anticorpos não neutralizantes que agem de maneira diferente e a estimulação de células (imunidade celular), que exercem importante papel na proteção contra a COVID-19”, afirmou a doutora Maria Fernanda. 

A médica também alerta da necessidade de pesquisas que verifiquem a duração da imunidade conferida pelas vacinas, para que ocorra o ajuste do calendário vacinal de acordo com o comportamento da doença. 

No cenário atual, o Ministério da Saúde já autorizou a aplicação de uma terceira dose com o imunizante da Pfizer para idosos com mais de 70 anos e pessoas com doenças imunossupressoras por conta do aumento de casos atrelados à transmissão comunitária da variante Delta.

 

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